Ex-presidentes da Ocepar são homenageados em evento | aRede
PUBLICIDADE

Ex-presidentes da Ocepar são homenageados em evento

Desde o primeiro presidente, até o último ex-presidente, as homenagens foram feitas.

João Paulo Koslovski foi presidente em seis gestões consecutivas, de 1996 a 2016,
João Paulo Koslovski foi presidente em seis gestões consecutivas, de 1996 a 2016, -

Da Redação

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

Desde o primeiro presidente, até o último ex-presidente, as homenagens foram feitas

Dentro da Programação do Fórum dos Presidentes, realizado na última quinta-feira (22) pela Ocepar, a homenagem aos ex-presidentes da Ocepar, além de evidenciar o reconhecimento ao profissionalismo desses líderes, desde a criação, passando pelas articulações para a consolidação da entidade e evolução e fortalecimento das cooperativas paranaenses, que proporcionam benefícios socioeconômicos a toda a sociedade, referendou a importância dessas lideranças ao longo de meio século para o sistema, não só no Paraná, mas em todo o Brasil. 

Guntolf Van Kaick, o primeiro presidente da entidade, esteve à frente da Ocepar em quatro gestões. Ele relembra que, na época, havia uma situação socioeconômica difícil no país. “O paraná saiu da economia cafeeira para um futuro desconhecido, pautado basicamente em cima da agricultura familiar. Dentro deste quadro, um grupo de profissionais entendeu que havia necessidade de organizar a produção e o produtor. Já tínhamos um cooperativismo importante no Paraná, mas que não estava devidamente estruturado. Por isso, a Ocepar foi concebida como organização de integração das cooperativas, tendo por base o Projeto de Lei do Cooperativismo que estava sendo discutido no Congresso Nacional e que seria votado em dezembro de 1971. Mas a Ocepar foi fundada no dia 2 de abril de 1971,  antes, portanto, da promulgação da lei, tornando o Paraná um dos precursores desse movimento. Então, esse é um fator de orgulho para mim, que,naquela oportunidade, fui eleito o primeiro presidente da entidade, assumindo o desafio de coordenar o desenvolvimento deste projeto. E, neste momento, quero parabenizar a todos pela passagem dos 50 anos da Ocepar, o que para mim é motivo de muito orgulho”.  Van Kaick foi presidente nas gestões 1971/73; 1973/76; 1981/84 e 1984/87. 

Extensionista da antiga Acarpa e defensor do cooperativismo, Benjamin Hammerschmidt, já falecido, foi presidente nas gestões 1976/79 e 1979/91. No editorial do jornal Paraná Cooperativo, edição de março de 1977, ele escreveu: “O cooperativismo, com suas portas abertas a todos quantos pretendam nele ingressar, não é monopolista e só visa a melhor distribuição de renda, evitando que seus associados sejam vítimas de comercialização inadequada aos seus supremos interesses. Por isso mesmo, estamos certos de que a cooperação é a forma mais correta de defesa do associado e tem sido através do cooperativismo que encontramos uma grande parte das soluções para os diversos setores da economia.”

O cooperativista Wilson Thiesen, que presidiu a entidade nos períodos de 1987 a 1990 e 1990 a 1991, relembra passagens da história do cooperativismo no estado e, sobretudo em relação à Ocepar, referindo-se ao Jubileu de Ouro da entidade como “uma data memorável”. Segundo ele, ainda no nascedouro do movimento, se discutia que o cooperativismo paranaense deveria ter uma instituição forte de representação de política, pois não cabia às cooperativas, que tinham atividades econômicas, exercerem a atividade política, porque isso traria desgaste para elas. Era preciso ter uma entidade uma entidade que falasse por todos. “Logo que assumi na primeira gestão, enfrentamos problemas devido aos planos Bresser e Verão, que trouxeram graves problemas para as nossas cooperativas. Quem não se lembra da inflação galopante e dos contratos que ficaram defasados em 43%. Conseguimos trazer para o auditório da Ocepar o ministro Aníbal Teixeira (do Planejamento, no governo de José Sarney) para discutir e levar para o governo federal o problema que estávamos enfrentando. Tivemos grandes conquistas, como a privatização da semente do algodão, a privatização da comercialização do trigo. A Ocepar prestou um serviço incalculável para a economia do Paraná em defesa dos seus associados. À medida que o cooperativismo cresce, com vem crescendo, os problemas também se avolumam. Mas pela força do cooperativismo e pela união de todos, isto sempre está sendo superado.”

A Presidência Ocepar, na gestão 1991/93, foi exercida por Ignácio Aloysio Donel. Em um comunicado enviado à direção da entidade, ele enfatizou que, “assim como um cooperado sozinho não tem força , uma cooperativa que não se une numa entidade representativa também acaba limitando seu alcance. Antes de 1971, o sistema estava desorganizado e não havia um direcionamento comum, um projeto compartilhado de ações. Com o nascimento da Ocepar, o Paraná se tornou grande, pois passou a contar com uma entidade que uniu as diferentes realidades, no campo e na cidade, promovendo a integração das diversidades . Se não estivéssemos organizados em torno da Ocepar, o cooperativismo de crédito não existiria.”

Dick Carlos de Geus, foi presidente entre 1993 e 1995, e afirmou que o exercício do cargo representou uma mudança muito grande em sua vida. “Depois de 30 anos trabalhando nas cooperativas de Carambeí – na Batavo e na Cooperativa Central de Laticínios – chegar, de repente, à presidência da Ocepar foi uma grande diferença.” E prosseguiu: “Pude participar no aprimoramento do cooperativismo. A Ocepar não obrigava as cooperativas a mudar, mas as orientava para adotar uma nova sistemática e se profissionalizar mais. Eu me lembro que, nos anos 90, quando foi introduzido o Plano Real, quão grande foram as dificuldades e como foi importante a Ocepar para lutar, junto ao governo federal e ao Banco Central, para que os cooperados fossem ajudados para superar aquela grande crise, pois, se, de um lado, o Plano Real que foi muito bom para o Brasil, de outro, teve impacto muito forte no agronegócio como um todo. Se não fosse a Ocepar, tenho certeza, que de que muitas cooperativas teriam falido. Aproveito este momento, para desejar a todas as cooperativas do Paraná um futuro cada vez mais brilhantes. Somos um exemplo de cooperativismo no Brasil e até mesmo no mundo.”

Presidente em seis gestões consecutivas, de 1996 a 2016, João Paulo Koslovski, disse que os 50 anos da Ocepar são igualmente meio século de sucesso, amparado em cinco pontos, que classificou como essenciais: “A Ocepar nasceu em cima de uma necessidade manifestada pelas cooperativas; sempre teve diretrizes sérias e comprometidas com o desenvolvimento do cooperativismo. A entidade sempre focou aquilo que as cooperativas realmente precisavam em cima de uma demanda que vinha delas próprias; a Ocepar sempre esteve à frente, e mesmo antecedendo, as demandas das cooperativas; sempre atuou de forma profissional, não só preparando a sua equipe, mas junto aos canais competentes para defender os interesses das cooperativas; e o apoio fundamental que as cooperativas deram para a Ocepar exercer essa representação. As cooperativas acreditaram no trabalho da Ocepar.” 

Entre as principais conquistas da entidade, Koslovski elenca “o Recoop (Programa de Revitalização das Cooperativas de Produção Agropecuária), que beneficiou um número significativo de cooperativas paranaenses, possibilitando que pudessem recompor a sua dívida e se recuperar; o Sescoop/Pr (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Paraná), que permitiu a profissionalização sem precedentes dentro do cooperativismo no estado. Foi uma iniciativa que nasceu dentro da Ocepar e foi levada para a OCB, fazendo com que os recursos recolhidos pelas cooperativas pudessem retornar ao sistema; o Prodecoop, por meio do qual pudemos inserir no plano safra esse programa para atender as cooperativas, pois não tínhamos um financiamento de longo prazo; fortalecimento do programa de autogestão. Van Kaick foi um líder que trabalhou muito em cima disso, assim como os demais presidentes que o sucederam na Ocepar trabalharam no sentido de fortalecer a autogestão, um programa inédito no país e que realmente deu uma consistência ao cooperativismo do Paraná; também destaco os planejamentos estratégicos, o PRC 100 e, agora, o PRC 200 que são programas importantes, que levaram muitas cooperativas a elaborarem o seu planejamento estratégico”.

Reconhecimento

O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, considerou as homenagens que o Sistema Ocepar prestou aos ex-presidentes da Ocepar “justa aos heróis do cooperativismo paranaense”, que, com dedicação e profissionalismo ajudaram a construir o alicerce do sistema no Paraná. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao final do evento, realizado de forma virtual nesta quinta-feira (22), afirmou que “temos muito orgulho do cooperativismo do Paraná, que faz a diferença no Brasil”, reconhecendo a importância das lideranças que foram homenageadas durante o Fórum dos Presidentes. 

Freitas enfatizou que o cooperativismo paranaense “faz um trabalho maravilhoso e que não é fácil, porque há dificuldades e desafios a serem superados. Vocês, do Paraná, tem ajudado o cooperativismo brasileiro, com o profissionalismo na gestão, desde a autogestão adotada pelo Van Kaick, aproveitando as oportunidades de políticas públicas, fazendo o dever de casa. Essa profissionalização que vocês vêm tocando faz uma diferença fundamental, pois leva ao planejamento, que gera confiança nos cooperados e que produz mais que o desenvolvimento econômico, mais que o desenvolvimento social de seus cooperados, porque o cooperativismo gera prosperidade sobre toda a sociedade que está no entorno do cooperativismo, uma onda de prosperidade que faz bem à comunidade. Temos de passar isso para o mundo”. 

O Secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, enfatizou que tem convivido com os 50 anos da história bonita do cooperativismo paranaense, com seus avanços, “encurtando o tempo para chegar ao faturamento recorde, mas não só dobrar a movimentação financeira, mas visando obter margens maiores para distribuir aos seus cooperados. É um caminho construído por pessoas importantes, que são os ex-presidentes, que tocaram a entidade até a era do atual presidente Roberto Ricken, que tem a incumbência de levar adiante os destinos do cooperativismo paranaenses junto com esse belo time de líderes das cooperativas do estado”. E elogiou o PRC 200, que classificou de “arrojado”. 

A ministra Tereza Cristina, também parabenizou a Ocepar pelo PRC 200. “Nós precisamos ser ousados mesmo, ter meta. Temos muito orgulho do Paraná, temos muito orgulho do sistema cooperativo do Brasil que vem fazendo a diferença no agronegócio.” A ministra também aproveitou o momento conversar com as lideranças cooperativistas sobre questões de interesse da agropecuária nacional, inclusive quanto à possibilidade de ampliação de mercado externo, sobretudo para proteína animal. 

Um pouco da história dos 50 anos da Ocepar e o depoimento dos ex-presidentes da entidade estão no vídeo de homenagem aos ex-presidentes.

As informações são da assessoria de imprensa

PUBLICIDADE

Participe de nossos

Grupos de Whatsapp

Conteúdo de marca

Quero divulgar right

PUBLICIDADE