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CCR RodoNorte entregará 200 km em duplicações

Contrato com o Estado chega ao fim neste ano. Índice de mortalidade nos trechos administrados caiu 82,8%

Thais Labre destaca a redução no percentual de acidentes durante a concessão
Thais Labre destaca a redução no percentual de acidentes durante a concessão -

Fernando Rogala

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Contrato com o Estado chega ao fim neste ano. Índice de mortalidade nos trechos administrados caiu 82,8%

Desde novembro de 1997, as rodovias da região que passaram pela concessão foram transformadas. A CCR RodoNorte, por exemplo, responsável pela maior quilometragem de concessão nos Campos Gerais, realizou 200 quilômetros de novas duplicações, 80 quilômetros de novas terceiras faixas, mais de 130 quilômetros de novos acostamentos, além de 36 pontes e viadutos implantados e 82 reconstruídos. E o mais importante: mesmo com um fluxo muito maior, houve uma redução de 73,1% no índice de acidentes e 82,8% no índice de mortalidade. 

Para detalhar esses anos de contrato e todos os avanços conquistados nestes 23 anos, a diretora presidente da concessionária, Thais Caroline Labre concedeu uma entrevista ao Jornal da Manhã e Portal aRede. Confira:

Jornal da Manhã: Thais, você como a primeira presidente mulher da CCR RodoNorte, qual é o seu sentimento, próximo a conclusão desses 24 anos de concessão, de ver tudo isso que foi feito pelas rodovias geridas pela CCR RodoNorte? Qual é a avaliação que você faz dessa concessão?

Thais Labre: Foram anos muitos intensos, de robustas realizações, com números impressionantes. Nestes 23 anos, prestamos, nos 567 quilômetros administrados pela RodoNorte, mais de 2 milhões de atendimentos. Não houve nenhum momento sequer sem a prestação dos serviços de assistência aos nossos clientes, milhares de vidas foram salvas. A RodoNorte fechará sua história no Paraná com corredores transformados: 200 quilômetros de novas duplicações, 80 quilômetros de novas terceiras faixas, mais de 130 quilômetros de novos acostamentos, além de 36 pontes e viadutos implantados e 82 reconstruídos. Os dois mais importantes corredores logísticos do Estado serão devolvidos num patamar completamente diferente daquele que nos foi concedido. 

JM: São praticamente incontáveis as obras e os investimentos, que superam os R$ 4 bilhões. Mas quais foram as principais obras, as que mais beneficiam os usuários das estradas administradas?

TL: Cuidar de rodovias é algo muito complexo e especializado. Nossos primeiros anos de concessão nos impuseram o desafio de reconstruir rodovias que estavam bastante deterioradas, o primeiro programa de obras foi o programa de restauração: reconduzimos mais de 1.800 quilômetros de faixas aos padrões normativos de conforto e segurança, da mesma forma reconstruímos pontes e viadutos que já não suportavam o peso das novas configurações dos veículos de carga. Todas estas obras foram executadas sem que o tráfego nas rodovias fosse interrompido: um desafio não somente do ponto de vista da engenharia, mas também da operação. Concomitante a reconstrução demos início as obras de ampliação: as duplicações, que iniciaram no segmento entre Castro e Piraí do Sul, na rodovia PR-151, além da duplicação da Serra do Cadeado, na região de Mauá da Serra, na rodovia BR-376, onde na época que assumimos o Contrato de Concessão era o ponto com maior índice de acidentes com mortes no Paraná. Na sequência dessas, outras importantes ampliações: a implantação do contorno de Campo Largo, na rodovia BR-277, a duplicação da BR-376, em segmentos entre Ponta Grossa e Apucarana, e a duplicação da rodovia PR-151, em segmento entre Piraí do Sul e Jaguariaiva. Esta transformação não parou: do primeiro ano, em 1997, até hoje (2021) realizamos obras ininterruptamente. 

JM: O quanto todos esses investimentos foram importantes para induzir o crescimento econômico das cidades e do Paraná como um todo? De que forma a economia regional é transformada, desde as obras até o longo prazo, quando recebe grandes obras de infraestrutura?

TL: É impossível que uma região se desenvolva sem investimentos em infraestrutura, e esta afirmação é válida para quaisquer setores da economia. Os corredores logísticos são caminhos de escoamento, tanto para a chegada de matérias primas, quanto para a saída dos produtos. Percebemos ao longo dos anos de atuação, além do crescimento do agronegócio – que é o grande propulsor do nosso Paraná, a industrialização das regiões onde atuamos, ou seja, o cuidado com a infraestrutura contribuiu inclusive para a diversificação da economia paranaense, com a consequente adição de valor agregado aos produtos comercializados. E com isto, além do produto interno bruto suscitado, os empregos e a renda gerados nos municípios. A melhoria da infraestrutura foi a principal patrocinadora do desenvolvimento socio econômico da região nos últimos anos. 

JM: Caso não houvesse a concessão, como seria hoje a malha do Estado do Paraná? Na sua opinião, o Estado conseguiria ter feito tudo isso que a RodoNorte realizou nestes anos? 

TL: Seria absolutamente impossível; como a matéria prima chegaria? De que adianta a produção, se não há como escoá-la? Mas aqui destaco, além dos imensos prejuízos na economia, os incalculáveis prejuízos nas vidas que estariam perdidas. Os serviços e obras realizados pela RodoNorte contribuíram para redução de 73,1% no índice de acidentes e 82,8% no índice de mortalidade, ou seja, além menos acidentes, menos gravidade. 

JM: Nestes quase 24 anos de concessão, quais os maiores desafios encontrados e que precisaram ser superados pela CCR RodoNorte, falando especialmente de casos e/ou fatos relacionados à região dos Campos Gerais?

TL: A principal força da região dos Campos Gerais está no seu povo, aqui podemos contar com uma mão de obra fortemente engajada e comprometida, entretanto, considerado que os desafios e compromissos serão cada vez mais robustos, que a especialização será cada vez mais requerida. Principalmente, com a industrialização abre-se a oportunidades da oferta de novas posições, precisamos estar preparados para supri-las. 

JM: Quais são as maiores peculiaridades das estradas administradas pela RodoNorte? O quão é complexo administrar um dos maiores corredores de exportação via terrestre do mundo, em um dos principais entroncamentos rodoferroviários da América do Sul?

TL: Tendo em vista a importância e a intensidade desses corredores, além das boas condições de segurança e conforto da estrutura rodoviária, e das adequadas projeções de ampliação do sistema, a operação é fundamental. As equipes de atendimento devem estar preparadas para atender da mais simples ocorrência até as mais complexas. Além de profissionais especializados, há que se dispor de infraestrutura e equipamentos adequados. É fundamental considerar que estamos tratando de salvaguardar vidas, e da produção que não pode parar por restrições de escoamento. Temos que garantir segurança aos motoristas e aos produtores e empresários que contam com estes fundamentais corredores. 

JM: Desde o ano que a CCR RodoNorte assumiu a concessão, o mundo se transformou com a revolução digital. De que forma essa transformação da comunicação impactou na forma da empresa trabalhar e agir?

TL: A maior transformação imposta pela revolução digital está nas demandas nossos clientes, e no entendimento da companhia que ele (o cliente) é o nosso ponto focal. O contrato de concessão foi assinado em 1997 e impôs obrigações a RodoNorte considerando as disponibilidades da época; por exemplo, nossa obrigação prevista no contrato como canal de comunicação com os clientes é unicamente a disposição de livros de registros nas praças de pedágio, o que não faz menor sentido do ponto de vista do atendimento hoje, considerando que o telefone e as redes são as maiores ferramentas de comunicação. Assim, a RodoNorte adicionou em seus serviços o que realmente nossos clientes demandam, atualizadas as tecnologias disponíveis. Temos além dos canais na internet (www.rodonorte.com.br) e nos aplicativos, no telefone 0800421500, as câmeras de monitoramento nas rodovias e o canal de Ouvidoria (42 3220-2956).   

JM: Além de todas as obras e os serviços previstos no contrato, a RodoNorte foi além e realizou dezenas de projetos extras, em benefício da população. Por quais motivos a empresa fez isso? Quais os reflexos desses investimentos nesses projetos?

TL: A RodoNorte entendeu ao longo desses anos todos que, para o efetivo desenvolvimento das regiões onde ela atua, as suas ações deveriam suplantar as faixas de domínio das rodovias, ou seja, que além de atender diretamente a rodovia, para o enfático envolvimento e legado havia a necessidade do apoio a população dos municípios que margeiam as rodovias. Nossos projetos sociais, culturais, de educação e esportivos já beneficiaram mais de 4 milhões de paranaenses nesses 23 anos de atuação. Este atendimento além de apoiar efetivamente os paranaenses, mesmo aqueles que sequer usam rodovias, fazem bem aos nossos colaboradores, onde cria-se na Companhia um espírito humano e engajado ao “servir”. Somos uma empresa formada por pessoas para servir pessoas. Este entendimento não pode ser somente teórico. Se queremos que nossos colaboradores estejam engajados ao excelente e humano atendimento, precisam na prática perceber que a empresa tem este compromisso. Nossos projetos sociais são uma forma de desenvolvimento das regiões e uma fonte fundamental de engajamento dos nossos colaboradores. 

JM: Entre obras, serviços, projetos, qual o maior legado que a CCR RodoNorte deixa para o futuro do Paraná e dos paranaenses?

TL: Assumimos corredores deteriorados e com forte índices de insegurança; entregaremos um novo cenário: vidas foram salvas e as rodovias transformadas. Entregaremos os compromissos que assumimos e que foram acordados em 1997. Esperamos encerrar este ciclo, em novembro de 2021, com a sensação de missão cumprida. 

JM: Thais, como engenheira civil por formação, qual é o seu olhar técnico sobre a nova proposta de concessão para o Estado do Paraná? O que mais deve ser olhado com cuidado, tendo em vista que é uma concessão para estruturar o Estado para as próximas décadas?

TL: Atualmente, minha única e exclusiva missão é entregar todos os compromissos da RodoNorte, tendo calcado todas as minhas ações nesse contrato de concessão, vou incansavelmente até o último dia da operação dessa concessão com o objetivo de concluí-la. Entendo que o novo programa de concessão, o plano apresentado pelo Governo Federal, merece ser analisado criteriosamente, incluindo a matriz de risco, com destaque para o impacto que será causado pelos anunciados investimentos no modal ferroviário. Outro ponto em análise é o volume de investimentos simultâneos sendo realizados em curto intervalo de tempo. Os investimentos privados em infraestrutura, com a continuidade do programa de concessão de rodovias no Paraná, são fundamentais neste momento em que é preciso aportes para geração de empregos, tributos e renda, de maneira a contribuir com a retomada da economia. É fundamental também, para que haja o compromisso de bons investidores, que no novo programa haja viabilidade econômico-financeira, socioambiental, segurança jurídica e que possuam regras claras para todo o período da concessão. 

JM: Em novembro termina a concessão com a CCR RodoNorte e uma nova concorrência estará em jogo. A jornada da CCR RodoNorte de fato acabará no Estado ou a empresa tem pretensões de participar desse novo pregão?

TL: A RodoNorte termina seu compromisso com o Paraná no próximo dia 27 de novembro, com uma história muito intensa e de muitas realizações; aprendemos, transformamos e nos reinventamos intensamente nesses últimos anos. Hoje somos uma nova geração na RodoNorte, com o compromisso de entregar, em absoluto, todos os compromissos assumidos, alinhados aos processos de sustentabilidade, compliance e governança que nos foram impostos. Os próximos meses trazem um grande desafio ainda, mesmo que num curto espaço de tempo. A RodoNorte fará grandes entregas ao Paraná até novembro próximo, mas sua missão com o Paraná encerra esse ano!

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