Nova Ferroeste potencializará a economia da região | aRede
PUBLICIDADE

Nova Ferroeste potencializará a economia da região

Ferrovia nova irá possibilitar maior rapidez no transporte, com menores custos, ampliando a circulação interna

Trecho da nova ferrovia passará por municípios dos Campos Gerais
Trecho da nova ferrovia passará por municípios dos Campos Gerais -

Fernando Rogala

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

Ferrovia nova irá possibilitar maior rapidez no transporte, com menores custos, ampliando a circulação interna

A construção da nova ferrovia no Paraná, com a ‘Nova Ferroeste’, irá propiciar maior competitividade às empresas sediadas nos Campos Gerais. A construção desse novo modal entre Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e Paranaguá, que terá um investimento estimado de aproximadamente R$ 25 bilhões, em conjunto com a nova concessão da ferrovia ‘Central do Paraná’, irão propiciar uma agilidade muito maior no transporte de cargas, com redução de custos. Não só para empresas que exportam ou importam, mas também na circulação interna de mercadorias, diminuindo os gastos com transporte para as empresas da região e de diversos municípios paranaenses. 

Essa agilidade será possível especialmente pela construção de um novo traçado entre a Lapa e Paranaguá, sem as curvas fechadas e trechos íngremes hoje existentes na Serra do Mar, aumentando a velocidade dos trens e reduzindo os custos operacionais e logísticos. Se hoje uma composição leva seis horas para chegar a Paranaguá, com o novo traçado, próximo ao da BR-277, será possível reduzir esse prazo pela metade, explica João Arthur Mohr, gerente de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr, que integra o G7 (entidade paranaense que congrega o setor produtivo do Paraná). “Essa redução no custo operacional reflete na redução do frete para toda a agroindústria, seja no transporte de grãos in natura, ou industrializada, como a soja que vira farelo, como no caso de Ponta Grossa. Isso possibilita que a empresa tenha melhores custos e possa competir vendendo mais”, afirma. 

Além disso, o trecho entre Guarapuava e a Lapa também será refeito. Ele segue um caminho próximo entre Guarapuava e Irati, mas a partir daí, pega um ‘atalho’ em direção à Lapa, sem ‘subir’ para Ponta Grossa, como hoje acontece, passando por Fernandes Pinheiro, São João do Triunfo, Palmeira, abaixo da BR-277. Isso reduz em 90 quilômetros o trecho entre Irati e a Lapa, baixando os custos e tornando o transporte mais rápido. “Antes a soja vinha para Ponta Grossa, que tem um complexo de moageiras, onde se fazia óleo e saía para exportação. Mas hoje, o Oeste do Paraná e Guarapuava já tem moageiras” diz Mohr. “Então, sem precisar passar pelo Desvio Ribas, dará condições de mais cargas saírem de Ponta Grossa, sem congestionar o trecho até a Lapa”, completa. 

Com uma ferrovia com maior capacidade, e a nova concessão da ferrovia Central do Paraná, que também ampliará a capacidade de movimentação, será possível até mudar o perfil de transporte de produtos, indo além do agronegócio, possibilitando a movimentação de combustíveis, e até mesmo de veículos, por exemplo, e de cargas entre cidades brasileiras. “Esse investimento vai mudar o perfil logístico do Paraná. Por exemplo, as empresas dos Campos Gerais, como Castro, que é o maior polo produtor de calcário, assim como Almirante Tamandaré, cujo produto vai para o interior para corrigir o solo de fazendas. Poderá ir para o Oeste do Paraná, para p Mato Grosso do Sul, por trilhos. Mesmo a DAF, por exemplo, que importa componentes em containeres, poderão vir de trem; a DAF poderá até construir um ramal até a fábrica dela”, pondera Mohr. 

Em 2020, o Porto de Paranaguá movimentou 57 milhões de toneladas. Destes, 14 milhões foram movimentados por trem, o que representa 75% por transporte rodoviário. Com os investimentos, explica Mohr, há a perspectiva de que cheguem 60 milhões de toneladas de produtos por ferrovias (sendo 50 milhões só no primeiro ano de operação), invertendo a proporção para 70% através do modal ferroviário e 30% para o modal rodoviário.

Nova ferrovia trará benefícios ambientais e aos caminhoneiros

Com a ferrovia mais moderna, além da agilidade no transporte, que possibilitará reduzir para um dia uma movimentação que hoje leva cinco com os atuais trilhos, e a consequente redução de custos, haverá um benefício ambiental. Uma composição com 100 vagões pode transportar 80 toneladas por vagão, então equivale a 250 caminhões, “Então a ferrovia, comparada com a rodovia, emite 5 vezes menos carbono por tonelada transportada”, diz Mohr. A nova ferrovia também possibilitará o transporte de container sobre container (double stack). “Poderão ser transportados 200 contaneres. O limitante hoje é a altura dos túneis atuais, então com túneis com gabarito mais alto, poderão transportar o dobro de containeres”, completa. Para encerrar, Mohr lista a questão social, com a melhoria na qualidade de vida dos caminhoneiros, e a redução de acidentes na estrada, por um menor fluxo. “Os motoristas deixarão de fazer viagens longas, e com isso não precisarão tomar banho em postos, dormir na estrada, ficar longe da família: farão viagens mais curtas, da indústria ou fazenda até a área de transbordo”, conclui.

Prazos

O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Jurídica (EVTEA-J) da ferrovia deve ser concluído em setembro e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) em novembro. Com isso, Mohr informa que a licitação deve ocorrer no início de 2022, na Bolsa de Valores (B3). “A empresa que vencer licitação vai se comprometer a construir a rodovia, e com isso ter direto a explorar, com as locomotivas, para transportar cargas, durante todo período concessão, até 2079. São 3 anos de licenciamento, processo licitatório, projeto executivo e mais 5 anos de obra, o que dá 8 anos”, destaca Mohr.

Trecho da Lapa até Paranaguá terá bitola mista

A exemplo do que aconteceu em São Paulo, com a Malha Paulista, onde houve antecipação da concessão e a empresa se comprometeu a investir R$ 6 bilhões, a Rumo pleiteia, junto à AMTT, prorrogar por mais 30 anos a concessão da Malha Sul (que engloba a Central do Paraná), terminando, assim, em 2057, com o compromisso de realizar investimentos bilionários para modernizar o trecho, fazendo contorno em cidades, aumentando pátios, construindo trechos novos, e aumentando a capacidade de transporte. E para facilitar o transporte entre a Central do Paraná até o porto, que tem bitola métrica, serão instalados, a partir da Lapa, dormentes com bitola mista, com três trilhos, para possibilitar ambas as configurações de trens (métrica, de um metro, e a larga, de 1,6 metro).

PUBLICIDADE

Participe de nossos

Grupos de Whatsapp

Conteúdo de marca

Quero divulgar right

PUBLICIDADE