Número de mortos em ataques no Sri Lanka sobre para 290
Mais de 500 ficaram feridas em atentados a templos católicos durante a Páscoa e hotéis frequentados por estrangeiros. Polícia prende 24 suspeitos e diz que advertiu governo sobre risco de ataques contra minoria cristã
Publicado: 22/04/2019, 08:25
Mais de 500 ficaram feridas em atentados a templos católicos durante a Páscoa e hotéis frequentados por estrangeiros. Polícia prende 24 suspeitos e diz que advertiu governo sobre risco de ataques contra minoria cristã
O número de mortos na série de atentados coordenados que
ocorreram no Sri Lanka durante o Domingo de Páscoa (21/04) subiu para 290.
Cerca de 500 pessoas ficaram feridas. Os ataques, cometidos em alguns casos por
homens-bomba, tiveram como alvos templos católicos e hotéis de luxo da nação
insular.
Ao divulgar o mais recente balanço de vítimas, o
porta-voz da Polícia do Sri Lanka, Ruwan Gunasekara, anunciou ainda que 24
pessoas foram detidas por suspeita de participação nos ataques. Os
detidos estão sendo interrogados pela divisão de investigação criminal da
Polícia, acrescentou Gunasekara.
A maior parte dos mortos são cidadãos do Sri Lanka, mas
há pelo menos 32 estrangeiros entre as vítimas, incluindo cidadãos da Bélgica,
Estados Unidos, China, Reino Unido, Índia e Portugal.
Nenhum grupo reivindicou autoria das ações até o momento.
Por enquanto, o governo segue divulgando informações dispersas sobre as
suspeitas no caso. O ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, disse que os
autores dos ataques foram identificados como "extremistas religiosos"
e pertenciam a um único grupo, sem dar mais detalhes.
Já o ministro da Saúde do país, Rajitha Senaratne, disse
que sete das oitos explosões foram cometidas por terroristas suicidas e que
todos esses homens-bomba eram cidadãos do Sri Lanka.
Rajitha Senaratne, um porta-voz do governo, por sua vez,
afirmou que o ataque coordenado deve ter contado com ajuda externa.
"Não acreditamos que esses ataques foram executados por um grupo de
pessoas restrito a este país. Esses ataques não teriam sido bem-sucedidos sem
uma rede internacional”, disse.
Segundo o jornal New York Times, um alto-membro da
polícia do Sri Lanka advertiu o governo há 10 dias sobre o risco de atentados
contra igrejas no país e que a minoria cristã do país estava na mira de um novo
grupo islâmico radical chamado Thowheeth Jama'ath, mas não ficou claro se as
autoridades tomaram alguma medida adicional de segurança. O primeiro-ministro
do país, Ranil Wickremesinghe, disse que não informado sobre a ameaça. "Temos
que verificar por que precauções adequadas não foram tomadas", disse ele.
Após os ataques, embaixada dos Estados Unidos em Colombo
advertiu que "grupos terroristas" continuam preparando ataques no Sri
Lanka. "Os grupos terroristas continuam tramando possíveis ataques no Sri
Lanka. Os terroristas poderiam atacar com pouca ou nenhuma advertência (...)
áreas públicas", anunciou o Departamento de Estado através da sede
diplomática americana no país asiático.
A embaixada americana afirma como possíveis alvos destes ataques espaços turísticos, centros de transporte, mercados, shoppings, instalações do governo, hotéis, clubes, restaurantes, lugares de culto, parques, eventos esportivos e culturais importantes, instituições educativas, e aeroportos.
Informações DW Brasil/Notícias e análises do Brasil e domundo