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Debate do SBT é marcado por ataques e ausência de Lula

Cinco direitos de resposta foram concedidos ao longo das discussões; ausente, ex-presidente Lula foi duramente criticado

Seis candidatos participaram do debate: Bolsonaro, Ciro Gomes, Simone Tebet, Soraya, Felipe D’Avila e Padre Kelmon
Seis candidatos participaram do debate: Bolsonaro, Ciro Gomes, Simone Tebet, Soraya, Felipe D’Avila e Padre Kelmon -

Da Redação

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O debate entre presidenciáveis, realizado pela CNN, SBT, Estadão/Rádio Eldorado, Veja, Terra e NovaBrasilFM neste sábado (24) foi marcado por ataques entre candidatos, que geraram direitos de resposta. A ausência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi criticada por todos os candidatos presentes.

Seis candidatos participaram do debate: Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D’Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB). Os ataques entre candidatos tiveram como destaque o tema da corrupção direcionado a Jair Bolsonaro. Foram cinco direitos de resposta no total: três para o presidente, um para Ciro Gomes e outro para Soraya Thronicke.

As candidatas Simone Tebet e Soraya tiveram destaque nas redes. De acordo com o diretor de Inteligência da Quaest, Guilherme Russo, 61% das menções sobre Lula nas redes sociais durante os primeiros momentos do debate foram negativas. A candidata Simone Tebet liderou em menções positivas durante a maior parte do debate, chegando a 96% no terceiro bloco.

No primeiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si. Primeira a perguntar, conforme sorteio, Simone Tebet questionou Bolsonaro sobre o corte na verba para merendas. O presidente respondeu que o orçamento “é feito a quatro mãos: Executivo e Legislativo”. “Não é justa sua acusação de cortar dinheiro para a merenda, porque o orçamento não foi votado ainda”, disse Bolsonaro.

Ciro Gomes perguntou a Soraya Thronicke sobre corrupção no Brasil, citando os governos Bolsonaro, Lula e Dilma Rousseff (PT). A candidata afirmou que o presidente traiu a nação depois da vitória nas eleições de 2018. “Realmente, ao lado de Jair Bolsonaro, nós levantamos as bandeiras do combate à corrupção […]. Ajudei a eleger Jair Bolsonaro e não me arrependo naquele momento porque era necessário tirar o PT do poder. O meu sentimento é de decepção”, disse.

Soraya Thronicke também se ateve à linha de críticas ao presidente quando perguntou ao candidato Felipe D’Avila sobre prioridades e os gastos feitos pelo governo. “Não são as prioridades do cidadão que são contempladas, são as prioridades das corporações de quem tem lobby no Congresso. Por isso, quando se aprova uma PEC Kamikaze, quebrando o teto de gastos, gastando mais do que se tem, o que acontece é que o Brasil paga US$ 500 bilhões de juros e só tem R$ 23 bilhões de orçamento público”, afirmou o candidato do Novo, em resposta.

No bloco inicial, Padre Kelmon ainda questionou Ciro Gomes sobre o aborto. O pedetista afirmou que o poder de um presidente sobre esse tema é nenhum e defendeu a legislação atual, que permite o aborto em casos específicos.

Direito de resposta de Jair Bolsonaro para Soraya

O candidato à reeleição Jair Bolsonaro teve o direito de resposta sobre as acusações de corrupção feitas por Soraya Thronicke concedido. Ela havia questionado o presidente sobre a compra de medicamentos. Jair Bolsonaro disse que “viagra é um medicamento de efeito colateral combater disfunção erétil usado por todos os médicos do Brasil”.

Ele também aproveitou para responder à senadora Simone Tebet, que o questionou sobre a gestão do orçamento pelo atual governo, citando o orçamento secreto. “O Orçamento é privativo do parlamento, apenas executamos. Não posso indicar para fazer tal obra em tal local, quem indica são os legisladores”, afirmou Bolsonaro.

Segundo bloco: críticas ao “voto útil” e à judicialização da política e discussão sobre armas

Enquanto no primeiro bloco o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que não compareceu, era destaque em menções, Soraya Thronicke e Simone Tebet avançaram no segundo bloco. É o que apontou Guilherme Russo, diretor de inteligência da Quest, que falou com a CNN sobre as reações sobre o debate nas redes sociais.

Jair Bolsonaro foi o primeiro a falar no bloco com perguntas de jornalistas. O âncora da CNN Márcio Gomes questionou o candidato sobre seus atritos com o Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua resposta, o presidente afirmou que “a judicialização feita contra o Executivo é clara”. Ele criticou ações recentes da Corte sobre decretos presidenciais e disse que o STF deve “deixar o governo ir para frente”.

Perguntada sobre a fome no país, Simone Tebet criticou mais uma vez o presidente Bolsonaro. Ela comentou que o Brasil retornou ao mapa da fome. “O Brasil não merece um presidente que mente em rede nacional”. Bolsonaro respondeu dizendo que foi durante a pandemia que “o povo começou a passar fome de verdade” e que criou, então, o Auxílio Brasil.

Questionado sobre como se posicionaria em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, Ciro criticou a possibilidade de “voto útil” no petista no primeiro turno. O pedetista afirmou que “Lula produziu uma onda de propaganda que todo mundo que não for Lula é fascista”. “A minha candidatura não se deve porque é fácil ou simples. eu sei que eu nunca fui o favorito”.

Escolhida para comentar, Tebet também criticou Lula e a tese do “voto útil” para o petista liquidar a disputa pelo Planalto em 2 de outubro. “O voto útil é o voto da sua consciência (…). Vamos dar um cheque em branco? Vamos dar um tiro no escuro? Quem é este candidato que está vindo aí, que se recusa por covardia a vir debater com vocês de forma democrática? Qualquer um de nós tem direito de estar aqui. Essa é uma eleição é em dois turnos. Não podemos decidir antes da hora”, afirmou a emedebista.

Ao ser questionado sobre como pretende regular o acesso da população às armas, o candidato Felipe D’Avila afirmou que é um direito do cidadão brasileiro ter posse e porte de armas. D’Avila, no entanto, reprovou as recentes flexibilizações do posse e porte através dos CACs (Colecionamento de armas de fogo, Tiro Desportivo e Caça).

A candidata Soraya Thronicke, em direito de resposta a Bolsonaro, negou as declarações do presidente e disse que ela e a senadora Simone Tebet não votaram a favor da derrubada do veto ao orçamento secreto. Soraya ainda pediu que Bolsonaro “não cutuque onça com vara curta”.

Terceiro bloco: troca de acusações e discussões sobre agro e feminismo

A candidata Soraya Thronicke questionou o candidato Ciro Gomes sobre a regulamentação do agronegócio. Em sua resposta, Ciro destacou a importância da agricultura e pecuária para a economia brasileira. Ele pontuou que o agronegócio deve produzir em base sustentável, mas reprovou o que classificou como “perseguição”. “Não tenha dúvidas de que toda e qualquer perseguição ao agronegócio é um tiro no pé”, disse Ciro.

Padre Kelmon direcionou sua pergunta a Simone Tebet, perguntou se ela defende a legalização do aborto e questionou o seu feminismo. A senadora se disse contra o aborto e se colocou como cristã e feminista, defensora dos direitos das mulheres. No primeiro bloco, Padre Kelmon já havia questionado Ciro Gomes sobre a pauta do aborto. O candidato do PDT, em resposta, disse que o assunto envolve assuntos de saúde pública, morais e religiosos e que não cabia ao presidente gerir a questão.

As candidatas Simone Tebet e Soraya Thronicke discutiram a perda do poder de compra da população, falando sobre a redução na carga tributária para os brasileiros. “Precisamos desonerar o consumo e, acima de tudo, a folha de pagamentos”, disse Soraya. Na réplica, Tebet afirmou que “quando você tem um governo ruim que não apresenta projetos, quem tem dinheiro não investe”.

O candidato Jair Bolsonaro citou o Auxílio Brasil ao perguntar ao Padre Kelmon sua opinião sobre o apoio aos mais pobres durante a pandemia. “Minha opinião é de que o senhor tem ajudado muito esse país e nós estamos vendo aqui um massacre. Eu nunca tinha visto isso na minha vida, cinco partidos que se juntaram para bater em um presidente da República com falácias, com mentiras, inventando”, disse o candidato do PTB.

Direitos de resposta de Bolsonaro e Ciro

O candidato à reeleição Jair Bolsonaro teve o direito de resposta a Ciro Gomes acatado ao ser questionado sobre corrupção. Bolsonaro criticou Ciro pelo fato de o pedetista ter sido vítima de um mandado de busca e apreensão no ano passado. “O Ciro me acusa de corrupto. Ciro, a Polícia Federal já bateu na tua porta e do teu irmão, por ocasião de desvios lá do estádio do Castelão”, disse Bolsonaro.

O candidato Ciro Gomes também teve o direito de resposta acatado e respondeu ao presidente Jair Bolsonaro. “Eu de fato fui vítima de uma busca e apreensão, que é uma ação meramente cautelar, não é uma acusação. Não estou denunciado, nunca respondi, em 42 anos de vida pública, por qualquer denúncia de corrupção. Essa busca e apreensão foi julgada, por unanimidade, ilegal”, iniciou o postulante.

Em outro direito de resposta, Bolsonaro exaltou os feitos de seu governo no combate à violência contra a mulher e também na economia. “O meu governo foi o que mais colocou machões na cadeia, defendendo mulheres que sofrem violência pelo brasil. O meu governo que mais atendeu aos pobres com o Auxílio Brasil” disse.

Quarto bloco: educação, violência contra a mulher e lei de cotas entram em pauta

Ao ser questionada sobre o que faria diferente na condução da educação em relação ao atual governo, do presidente Jair Bolsonaro, Simone Tebet destacou a necessidade do governo federal atuar como parceiro de municípios para “zerar a fila das creches, para que as crianças comecem a estudar na hora certa e as mães possam trabalhar”. A senadora ainda disse que, no ensino médio, é necessário “tirar do papel a Reforma do Ensino Médio”.

O jornalista Márcio Gomes, da CNN, questionou a opinião do Padre Kelmon sobre a lei de cotas. O candidato afirmou que aqueles que defendem a lei de cotas “pregam uma política para levar o brasileiro a odiar o próprio brasileiro”. Ele ainda disse que os “negros não precisam de subterfúgios, dinheiro ou ajudas”. Soraya Thronicke, no comentário, afirmou que, caso eleita, manterá a Lei de Cotas.

Questionado sobre casos recentes de violência de bolsonaristas contra petistas, Jair Bolsonaro. “Faltou à jornalista falar do caso de um petista, que tinha uma tatuagem do Lula no ombro, que matou a esposa e o filho de dois anos”, afirmou Bolsonaro, que ainda disse ter trabalhado pela diminuição de mortes violentas no país, através das políticas armamentistas. “Nós queremos a paz, a tranquilidade, o futuro do nosso Brasil, defendemos nossas mulheres de fato, e não da boca para fora”, completou.

Ao responder sobre o papel do Executivo, o candidato Ciro Gomes criticou o presidente Jair Bolsonaro sobre denúncias de escândalos de corrupção no Ministério da Educação. Tebet, responsável pelo comentário, também fez críticas ao atual governo, citando, por exemplo, as investigações do caso “Covaxin” na CPI da pandemia, no qual teria ocorrido um pedido de propina de um servidor do Ministério da Saúde para vender ao poder público vacinas contra a covid.

As informações são da CNN Brasil

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