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A santa que foi substituída

Coluna 'Trilha da Fé: A santa que foi substituída

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Da Redação

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Coluna 'Trilha da Fé: A santa que foi substituída

Segundo os estudiosos da fé católica, o vocábulo ‘conceição’ é sinônimo de ‘concepção’. O dogma, proclamado por Pio IX no fim do século XIX, afirma que a mãe de Jesus, Maria, foi concebida sem a mancha do pecado original, isto é, de forma imaculada (pura). A devoção de Nossa Senhora da Conceição é uma das mais conhecidas na piedade popular. Na escultura indo-portuguesa do século XVIII, feita originalmente em marfim de hipopótamo, sua figura está representada com as mãos postas em oração, de pé sobre o Crescente de Lua, a serpente e cinco cabeças de anjo aladas aplicadas.

Nossa Senhora da Conceição seria o ‘nome completo’ da devoção de Aparecida, por exemplo: Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A estátua encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo, em 1717, feita de terracota, tinha 36 centímetros de altura e 2,5 quilos, representava, na verdade, Nossa Senhora da Conceição, mas ganhou o nome de Nossa Senhora Aparecida por ter surgido, ou aparecido, dessa forma inusitada. O Museu Histórico Desembargador Edmundo Mercer Júnior, em Tibagi, conta uma imagem de Nossa Senhora da Conceição do século XVII.

Conta-se que, por volta de 1835, Anna Cardoza, conhecida como Ana Beje, filha de Antônio Machado Ribeiro – fundador de Tibagi - e irmã mais velha de Manoel das Dores Machado - doador do terreno onde seria construída a primeira capela do município - já viúva e idosa, saiu a cavalo em direção a Castro e Ponta Grossa, levando no colo uma pequena imagem de barro, sob a invocação de Nossa Senhora dos Remédios. Ia pedindo donativos para a obra da igreja. A peregrinação foi um sucesso e a capela erguida em 1836. O frei Gaudêncio de Gênova, que chegou a freguesia em 1851 como pároco e assim permaneceu por 20 anos, não se conformando com a aparência da imagem venerada na capela como padroeira, solicitou ao Barão de Antonina uma imagem de Nossa Senhora dos Remédios, esculpida em madeira, que veio do Rio de Janeiro, em 1852 e está na matriz até hoje.

A pequena imagem foi resgatada, 60 anos depois, pelo então prefeito José Tibagy de Mello, em 1995. Ele a localizou em Telêmaco Borba, em poder de descendentes de Anna Cardoza, a família Larocca, que, a pedido do prefeito, a trouxe de volta ao município. “Foi um feito histórico. Tem um fundo muito mais histórico do que religioso. É a história da cidade”, conta o ex-prefeito. A localização da santa só foi possível graças ao empenho da professora Maria Aparecida Sidor Coraiola, a Mariazinha. A peça integra às cerca de 200 peças de cunho religioso do Museu Desembargador Edmundo Mercer Júnior e está em exposição permanente junto a vestes, ostensórios, uma pia batismal, estandartes e fotografias, que remontam a história da Igreja Católica em Tibagi.

*Fontes:

- Senhor Dr José Tibagy de Mello, vereador e Presidente da Câmara de Vereadores de Tibagi

- História de Tibagi, de Edmundo Alberto Mercer e Luiz Leopoldo Mercer. Tibagi, 1934, Gráfica e Editora Linarth

- Arquivo Provincial /Província do Paraná e Santa Catarina Ordem dos Capuchinho

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