Redes sociais ganham força para eleições em PG
Publicado: 11/07/2016, 10:54
Nova legislação eleitoral prevê mudanças na concessão de tempo de TV para os partidos e a campanha terá apenas 45 dias. Nesse cenário, redes sociais ganham relevância.
A mini reforma eleitoral aprovada em 2015 trará mudanças substanciais na maneira de se fazer campanha em outubro. Com limite para os gastos na organização do pleito e também a proibição de doações privadas para o financiamento da campanha, as redes sociais deverão ganhar papel preponderante no debate de ideias entre os candidatos. Além disso, a campanha de apenas 45 dias trará uma nova dinâmica a disputa pela Prefeitura de Ponta Grossa.
Para o cientista político Ricardo Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná, será nas redes sociais que os candidatos tidos como ‘nanicos’ poderão interferir no debate. “Esse é o espaço mais democrático de mídia que temos hoje, um dos poucos em que o poder econômico não dita as regras”, explica o cientista. Ainda na visão de Ricardo, esse tipo de meio de comunicação pode estreitar o vínculo entre os candidatos e os eleitores.
Em 2012, as redes sociais foram utilizadas ainda sem praticamente nenhuma regulação. Já para as eleições de outubro, a nova legislação eleitoral prevê regras claras no uso desses canais de comunicação. Os candidatos, por exemplo, não poderão patrocinar posts no Facebook. “Essa regra já dá uma noção de como a internet poderá ser um local de maior igualdade na disputa”, salientou Ricardo.
Entre os pré-candidatos ao cargo de prefeito de Ponta Grossa até o momento, o campeão de seguidores no Facebook é o deputado federal Aliel Machado (Rede) com pouco mais de 31 mil internautas concentrados na página oficial, logo atrás está Marcelo Rangel (PPS) com cerca de 25 mil seguidores. A surpresa nesse quesito é o candidato do PPL, Leandro Soares, que agrupa mais de 18 mil pessoas na página oficial.
Já os outros candidatos seguem bem atrás em termos numéricos e o único deles a manter uma página oficial na rede é Julio Küller (PMB) com três mil e quinhentos seguidores – Küller atualmente ocupa o cargo de vereador e já foi secretário de Assistência Social. O empresário Álvaro Scheffer (PV) e o professor universitário Sérgio Gadini (PV) têm apenas páginas pessoais no Facebook.
O cientista político Ricardo Oliveira ressalta ainda que as redes também deverão ser usadas para “campanhas contrárias” a alguns candidatos. “Nomes com maior rejeição também terão que ter estratégia para se defenderem dos ataques realizados nas redes sociais”, ponderou. O professor lembra que nesse espaço os eleitores costumam criticar as ações que foram prometidas e acabaram descumpridas. “Os candidatos também serão amplamente questionados”, pondera.
MP promete fiscalização rígida
A Promotoria Eleitoral do Ministério Público (MP-PR) promete fiscalizar de perto a nova legislação eleitoral. Além de observar as mudanças no uso e na fiscalização das redes, o órgão também usará a tecnologia em benefício próprio. O Ministério Público conta com o uso de um aplicativo de celular que facilita na realização de denúncias e quer utilizar a ferramenta com mais ênfase em outubro. “Vamos usar a tecnologia também para ajudar na fiscalização dos candidatos”, salientou o procurador Regional Eleitoral do Paraná, Alessandro Fernandes de Oliveira.
Limite de gastos foi baseado na eleição de 2012
A resolução do TSE leva em conta os maiores valores gastos nas campanhas de 2012. O ‘teto’ de gastos previsto para 2016 foi baseado nos maiores investimentos dos candidatos em 2012 e representa 70% desses valores. Em 2012, por exemplo, o vereador George de Oliveira (PMN) somou cerca de R$ 99 mil em despesas para se reeleger. O limite de gastos para a disputa pelo Executivo foi calculado a partir da prestação de contas de Péricles de Mello (PT) que em 2012 aplicou R$ 2,3 milhões para tentar a reeleição – o petista acabou derrotado no segundo turno por Marcelo Rangel (PPS).