A 20 dias da eleição, candidatos intensificam campanha nos bairros de PG

Prefeituráveis apostam na aproximação com moradores de áreas afastadas do centro como modo de superar rejeição.

A busca por votos e por adesão junto aos eleitores tem se concentrado, via de regra, nas regiões periféricas de Ponta Grossa. Os locais que, normalmente, recebem pouca atenção do Poder Público e são palco para inúmeros problemas de infraestrutura urbana, por exemplo, tem sido visitados pelos cinco prefeituráveis praticamente todos os dias. A 20 dias do primeiro turno da eleição, os candidatos buscam no bairro o “passaporte” para um possível segundo turno da disputa.

O candidato do PMB, Julio Küller, esteve durante a semana anterior no Parque dos Sabiás, região que fica a 10 KM de distância do Palácio da Ronda, por exemplo. Ex-secretário de Assistência Social do município, Julio confessa que a região tem muitas reivindicações a serem atendidas. “Nossas propostas vão resolver os problemas dessas pessoas porque pensamos a cidade dos bairros para o centro e não o contrário, quem mora nos bairros distantes acaba sendo a pessoa mais prejudicada pela ineficiência dos serviços públicos”, ponderou o candidato.

O atual prefeito, Marcelo Rangel (PPS), tem usado o Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) para ressaltar os avanços da atual administração nos bairros. “Promover a ligação entre bairros é uma das muitas ações do nosso governo, fizemos diversas ligações desse tipo”, lembrou o prefeito. Rangel também ressaltou que pretende ampliar as vias de ligação entre os bairros e afirmou que os projetos para essas obras já estão prontos.

Durante a semana passada, o candidato Aliel Machado (REDE) caminhou por vários bairros, junto com o candidato a vice, Elizeu Chociai (PTN), e militantes da coligação. Entre as localidades visitadas está o bairro 31 de Março. Para Aliel, candidato de oposição ao atual Governo, os bairros necessitam de maior atenção do Poder Público Municipal. “Nosso projeto para Ponta Grossa discute a aproximação de serviços públicos que estão distantes do cidadão”, pondera o candidato.

O candidato da Unidade Popular (PSOL e PCdoB), Professor Gadini, também tem apostado na visita aos bairros e na conversa com o eleitor, face a face, para apresentar as propostas ao eleitorado. Nessa sábado, Gadini e o candidato a vice da chapa, Professor Felipe (PCdoB), estiveram no Sábara em conversa com a população. “Essa é uma região que mostra a realidade concreta da cidade”, argumentou Gadini.

De acordo com Professor Gadini, a visita aos bairros, principalmente nas regiões mais humildes, mostra que “Ponta Grossa não é o mundo dos sonhos que alguns candidatos exibem”. “A realidade concreta dos bairros mais afastados mostra um outro mundo, essa face é mais real, não há pavimentação, não há saúde, falta vaga nas escolas e, além disso, a promessa de asfalto se tornou enganosa”, afirmou Gadini.

Com a campanha pautada na ideia de “comunidade”, Leandro Soares lidera uma chapa pura do Partido Pátria Livre (PPL). O prefeiturável lembra que é “membro da comunidade” e tanto ele como a candidata a vice, Adriane Lopes, moram em conjuntos habitacionais. “Nós somos membros da comunidade e não vamos lá apenas para pedir votos, vivemos nesses locais e conhecemos as dificuldades dessas pessoas”, lembrou Soares.

Eleitor vê “cidade dos sonhos” nas redes sociais

Leandro Dias é morador do bairro de Uvaranas e tem acompanhado via redes sociais as propostas e discussões apresentadas pelos candidatos ao cargo de prefeito. Em 2016, na opinião do estudante universitário, as redes sociais tem exibido uma “cidade dos sonhos”, longe das realidades. “A maioria dos candidatos fala de coisas que não são verdade e propõe saídas que não são viáveis”, destaca Leandro. O jovem de 24 anos de idade se diz “indeciso” sobre a escolha do prefeito de Ponta Grossa. “Pelo que tenho acompanhado, a diferença está mais no perfil dos candidatos do que nas propostas, é quase uma briga de torcida”, destacou Dias.

Dona de casa cobra maior visibilidade dos problemas

Maria das Graças tem 42 anos de idade, é dona de casa e mora na Vila Marina – ela acompanha as propostas e prioridades dos candidatos via propaganda no Rádio e TV e tem pouco acesso às redes sociais. Na opinião de Maria, diante do conteúdo acompanhado na propaganda eleitoral, falta, por parte dos candidatos, maior visibilidade aos problemas do cotidiano. “Eu vejo na TV eles [candidatos] falando sobre internet, tablete e aplicativos, mas em vários lugares da cidade falta saúde, educação e segurança, eu acho que esses deveriam ser os temas mais debatidos”, explica a dona de casa.