Candidatos querem melhorar a Saúde com o uso da tecnologia em PG

Prefeituráveis apresentam propostas para otimizar o atendimento em um dos setores mais críticos da administração pública.

A Saúde Pública sempre é alvo das principais propostas e debates dos candidatos. Bandeira de muitos postulantes a cargos eletivos, o tema segue sendo um dos principais problemas da administração pública. Em Ponta Grossa, a participação do município na gestão de hospitais e de verbas enviadas pelos governos Federal e Estadual é motivo de controvérsia entre os cinco candidatos a prefeito da cidade.

O atual prefeito e candidato a reeleição, Marcelo Rangel (PPS), salienta os avanços conquistados no setor, entre eles a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Santa Paula e o Pronto Atendimento Infantil (PAI), promessa de campanha em 2012. No entanto, o cenário exposto pelos concorrentes do atual prefeito é bem distinto e, para tentar solucionar os problemas da Saúde, os candidatos apostam no uso da tecnologia.

Aliel Machado (REDE) e Julio Küller (PMB) acreditam que o uso de ferramentas tecnológicas pode contribuir para o avanço no setor. Aliel, por exemplo, propõe a criação de uma Agenda da Saúde em que o paciente possa agendar as consultas via internet – o objetivo é acabar com as tradicionais filas nos postinhos . Já Küller propõe avanços no sistema de informática da Secretaria de Saúde para possibilitar que o gestor possa acompanhar o andamento da pasta.

Para o candidato do PPL, Leandro Soares, atualmente existe uma demanda “reprimida” no setor da Saúde na ordem de, pelo menos, 30% dos pacientes que já são atendidos. Com isso, para o prefeiturável, a construção de um Centro de Especialidades é fundamental para que o sistema seja “desafogado”. O líder da Unidade Popular (PSOL e PCdoB), Professor Gadini (PSOL), quer auditar contratos e convocar os aprovados em concursos públicos para o setor.

Câmara teve duas comissões na área

A Saúde sempre foi um tema amplamente debatido também no Legislativo Municipal de Ponta Grossa. Apenas em 2016, a Câmara de Vereadores teve duas comissões formadas para investigar situações no setor: a Comissão Especial de Investigação (CEI) da Saúde e a CEI das Maternidades. A primeira apontou inúmeras melhorias que deveriam ser realizadas no setor, enquanto a segunda discutiu a situação das maternidades que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Ponta Grossa.

Propostas:

Aliel Machado (REDE)

Não há dúvida de que a saúde vai mal em Ponta Grossa. Vou realizar o Mutirão da Saúde, com diversas especialidades, até a contratação de novos médicos. Com a Agenda da Saúde, você poderá agendar sua consulta pela internet, sem precisar enfrentar filas apenas para pegar a senha.  Assim poderá ir à UBS só na hora marcada da consulta. Caso não possa comparecer, outro paciente será agendado, diminuindo as filas. Criar o CAS da Melhor Idade e o Hospital Geriátrico, garantindo atenção especial à saúde dos idosos. Além do programa Remédio em Casa, que levará aos bairros e distritos uma unidade móvel preparada com equipe de profissionais e medicamentos de uso contínuo.

Leandro Soares (PPL)

Desde 1980 tivemos um agravamento da capacidade no atendimento e a demanda para o serviço de saúde. Em 1990 assistimos alguns avanços, como por exemplo a implantação de um serviço de pronto socorro, através da aquisição do hospital São Lucas. Os hospitais particulares faziam atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), com a hierarquização se verificou um declínio na capacidade, Pronto Socorro virou porta de entrada do sistema e as reclamações tiveram expressiva elevação, originando uma demanda reprimida da ordem de 30% ou mais. A construção do Centro de Especialidades, ampliação e valorização do quadro profissional dos servidores, melhoria e ampliação das unidades básicas e o fim da falta de remédios serão conquistas do nosso governo.

Julio Küller (PMB)

Não há dúvida de que a saúde vai mal em Ponta Grossa. Vou realizar o Mutirão da Saúde, com diversas especialidades, até a contratação de novos médicos. Com a Agenda da Saúde, você poderá agendar sua consulta pela internet, sem precisar enfrentar filas apenas para pegar a senha.  Assim poderá ir à UBS só na hora marcada da consulta. Caso não possa comparecer, outro paciente será agendado, diminuindo as filas. Criar o CAS da Melhor Idade e o Hospital Geriátrico, garantindo atenção especial à saúde dos idosos. Além do programa Remédio em Casa, que levará aos bairros e distritos uma unidade móvel preparada com equipe de profissionais e medicamentos de uso contínuo.

Marcelo Rangel (PPS)

Melhoramos muito a oferta de serviços de saúde, nesta gestão. Mas podemos e vamos avançar muito mais. Alcançamos algo próximo a 90% de cobertura da Saúde da Família e queremos atingir 100%; ativamos a Unidade de Pronto-Atendimento e não apenas um, mas dois Pronto-Atendimento Infantil. Já estão funcionando a Maternidade Pública e os leitos de UTI neonatal e infantil. Multiplicamos o número de médicos, consultas ofertadas e exames de imagem e laboratoriais, em números muito expressivos. Temos pela frente outros desafios, como reforçar o atendimento especializado, e ações como a criação da Escola de Saúde Pública, expansão do programa de Telemedicina e a implantação do Cartão Cidadão, que permitirá acesso ao prontuário eletrônico dos usuários do SUS.

Professor Gadini

Uma das maiores dificuldades da saúde reside na incapacidade de gestão e planejamento a curto, médio e longo prazo. É o que revela o relatório da Comissão Especial de Investigação (CEI 147/2016), elaborado pela Câmara Municipal. Vamos auditar todos os contratos com serviços terceirizados de saúde das últimas gestões para avaliar as reais condições de fiscalização. Definir, em diálogo com profissionais do quadro de carreira, um plano de recomposição de recursos humanos na área de saúde, através de um cronograma de concurso público e contratação. E, de imediato, convocar os aprovados em concurso público, que aguardam nomeação). Acabar, gradualmente, com a terceirização (que transfere responsabilidade da gestão pública para fundações privadas, em alguns casos, sob suspeita e sem transparência, conforme revela CEI Saúde, 2016). Investir, prioritariamente, na atenção básica da saúde (postos nos bairros).