Divisão de gabinetes causa primeiro ‘racha’ na Câmara

Parlamentares definiram quais serão os gabinetes ocupados durante o próximo mandato

A legislatura oficialmente ainda não começou, mas a Câmara Municipal de Ponta Grossa já teve o primeiro ‘racha’ entre os parlamentares eleitos em 2016. Os vereadores se reuniram nessa quarta-feira (21) para uma sessão preparatória sobre a posse e a divisão dos gabinetes para o próximo mandato. Como existem diferenças na estrutura dos gabinetes, a divisão dos espaços gerou o primeiro atrito entre os vereadores.

Durante a sessão comandada pelo vereador Mingo (DEM), o vereador Felipe Passos (PSDB) apresentou um ofício pedindo um gabinete com o mínimo de acessibilidade. O tucano é cadeirante e teve o pedido acatado pelo plenário por unanimidade – Felipe ocupará um gabinete que tem acesso pela área do estacionamento e não pelas escadas. A polêmica começou com um pedido apresentado por Ricardo Zampieri (SD).

Novato na Câmara, Zampieri também apresentou um ofício pedindo para ficar com o gabinete que atualmente é do irmão, Alysson Zampieri. O documento recebeu a assinatura de 12 dos 15 novos vereadores, mas gerou críticas no plenário. A proposta de Ricardo teve que ser votada entre novados e foi rejeitada por Paulo Balancin (PTN), Professora Rose (PSB), Eduardo Kalinoski (PSDB), Dr. Zeca (PPS) e Divo (PSC).

Ricardo defendeu que a medida não se tratava de um privilégio, mas sim de um ajuste. “Boa parte da estrutura utilizada pelo meu irmão continuará sendo usada no meu mandato e seguir no mesmo gabinete facilitaria o processo”, se defendeu Zampieri. Mesmo sendo aprovada pelos vereadores eleitos em 2016, a medida foi vista por alguns como um descumprimento do regimento interno – o documento prevê o sorteio de “todos os gabinetes vagos”.

Espaços

O debate sobre quais seriam os gabinetes ocupados é polêmico diante da precariedade de alguns espaços do Legislativo. Os vereadores Antonio Aguinel (REDE) e Professor Careca (PR) ocupavam os “piores” gabinetes da Casa de Leis durante a atual legislatura. O problema com espaço para vereadores é registrado desde o aumento de 15 para 23 cadeiras no Legislativo Municipal em 2013.