Trotes atrapalham socorristas e policiais em Ponta Grossa
Publicado: 30/05/2014, 10:29
Polícia Militar, Samu, Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros. Quatro equipes das segurança pública de Ponta Grossa moveram-se com seu pessoal, viaturas, aparelhagem e disposição até o Jardim Esperança, em um início de madrugada na cidade. E todo este aparato foi em vão. Uma perda de tempo. O motivo: As equipes foram vítimas de um trote. Infelizmente esta situação não foi um caso isolado. De acordo com o Departamento de Relações Públicas do Primeiro Batalhão de Polícia Militar de Ponta Grossa, de 20 à 30 chamadas atendidas todos os dias pelo telefone de emergência 190 não são emergências - uso indevido do serviço que atrapalha a Polícia.
O caso que pegamos de exemplo no início da matéria aconteceu no sábado passado. De acordo com informações, o autor do trote parecia ter a voz de adulto e conseguiu convencer a equipe da suposta gravidade. Ele dizia que fora vítima de esfaqueamento e que corria risco de morte. "Nossos atendentes têm experiência suficiente para filtrar a maioria das vezes que estão fazendo trote", explica a 1° Tenente da Polícia Militar Natália Marangoni de Oliveira. Mas, como foi na situação do Jardim Esperança, equipes de emergência devem se deslocar para uma situação de risco o quanto antes, pois não há como garantir que seja trote.
" Na dúvida deslocamos", afirma José Adriano Spak, Capitão do 2° Batalhão do Corpo de Bombeiros de Ponta Grossa. Ele aponta vários problemas causados por falsas solicitações. Desgaste ao trabalhador socorrista, que, muitas vezes trabalha em durante toda a madrugada. O Batalhão que fica com guarnições ocupadas, comprometendo o atendimento em verdadeiras ocorrências. E até riscos de acidentes de trânsito, pois, como urgências precisam ser socorridas o quanto antes, as viaturas aceleram para chegar. "Há um desgaste geral ao serviço", lamenta o Capitão.
Brincadeira perigosa
Tanto a 1° Tenente Natália, quanto o Capitão Spak são categóricos em dizer que apesar de alguns adultos estarem envolvidos, trote é coisa de criança. "O número destas falsas solicitações aumentam substancialmente durante o período de 11 horas até 13 horas. É o horário de saída de colégios", explica a policial. "A gente recebe trote do tipo: 'tá pegando fogo na caixa d'água', essas coisas. São coisas de crianças mesmo. A gente escuta eles rindo do outro lado da linha", comenta Spak.
Mas essa brincadeira tem um preço e quem paga pode ser a vítima que está tentando pedir socorro no momento em que a linha está ocupada. "A gente quer fazer um apelo aos pais que orientem seus filhos da importância do nosso trabalho, que não é brincadeira", pede Spak.
Telefone de emergência é para emergência
O 190 e o 193 devem ser discados apenas para emergência. Tanto a 1° Tenente da PM, quanto o Capitão do 2° GB alertam a sociedade para este fim. "Tem gente que liga perguntado a telefones de outros lugares. Tem gente que liga perguntado a que horas é. Não é para isso que serve o telefone de emergência 190. Uma ligação desta natureza atrapalha porque ocupa uma linha telefônica", alerta Natália.