Ponta Grossa
26 de maio de 2017 18:29
Afonso Verner
Relacionadas
Companhia pediu que juíza ‘reconsidere’ decisões liminares que fizeram
com que a tarifa diminuísse para R$ 3,20
A Viação Campos Gerais (VCG) busca na Justiça reverter a
decisão da magistrada Luciana Virmond Cesar, da 2ª Vara da Fazenda Pública, que
fez com que a tarifa do transporte coletivo diminuísse em Ponta Grossa. Nesta
sexta-feira (26), completou-se uma semana da diminuição da tarifa que antes era
praticada a R$ 3,70. De acordo com a assessoria de imprensa da VCG, a equipe jurídica
da empresa solicitou a “reconsideração” da magistrada.
A reportagem do Jornal
da Manhã e do portal aRede tentou
entrar em contato com a magistrada, mas Luciana estava em recesso e deverá se
manifestar nos autos do processo ainda durante a próxima semana. Ainda de
acordo com a assessoria da VCG, a empresa se defendeu e pediu para que a
magistrada “reconsidere” as decisões liminares concedidas e que fizeram com que
o valor da tarifa do transporte fosse alterado.
Uma das ações movidas é de autoria do vereador Geraldo
Stocco e do deputado federal Aliel Machado, ambos da Rede Sustentabilidade. A
outra liminar da magistrada Luciana foi concedida após uma ação pública movida
por Luiz Carlos Gorchinski, Sérgio Luiz Gadini e José Vanilson Cordeiro. Os
dois processos judiciais tem em comum o fato de apontar a falta de
transparência no sistema de transporte.
As decisões da magistrada foram concedidas nos dia 16 de
maio e determinaram um prazo de 48 horas para que a Prefeitura Municipal de
Ponta Grossa (PMPG) e a VCG passassem a praticar o valor antigo de R$ 3,20. A
tarifa era cobrada até o valor ser reajustado em fevereiro de 2017 após a
Viação enviar o pedido de reajuste – o mecanismo é previsto no contrato firmado
entre a VCG e o município.
Entre os argumentos apresentados pela juíza ao conceder a
liminar está justamente o fato do processo de reajuste não ter sido
transparente como prevê a lei. “Apesar da oportunidade concedida ao município
de Ponta Grossa para a comprovação da legalidade do ato administrativo
impugnado, verificou-se de modo claro o descumprimento da referida lei
municipal pelo Poder Executivo réu”, destaca a magistrada,
Entre os pontos questionados pela magistrada estão a
contabilidade da empresa, a folha de pagamento dos funcionários, a quantidade
de passageiros, a quilometragem rodada e os índices de qualidade.
Rangel antecipou
decisão pela redução do valor
Antes mesmo de ser oficialmente notificado, o prefeito Marcelo
Rangel (PPS) e a cúpula do Executivo agiram rápido e decretaram a diminuição,
afirmando que só iriam se manifestar sobre a situação ao término do processo
judicial. Com isso, desde o dia 19 de maio o passageiro do transporte coletivo
voltou a pagar R$ 3,20 no valor da tarifa. A VCG não entrou em detalhes sobre o
“impacto” da mudança no caixa da empresa, mas informou apenas, via assessoria
de imprensa, que a decisão teve impacto significativo no caixa da empresa.
Liminares provocaram ‘fato
político’
As duas liminares que obrigaram a Prefeitura e a VCG a
reduzirem o valor do transporte se transformaram também em um fato político. Lideranças
das mais variadas correntes ideológicas e grupos políticos fizeram do
acontecimento em questão um fato também no setor político. Além de causar
evidente impacto na vida de boa parte da população da cidade, a redução da
tarifa também repercutiu de diversas maneiras nos poderes Executivo e
Legislativo municipais.