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Apoio da ACIPG à intervenção militar provoca debate

Carta de apoio ao general Antônio Hamilton Mourão, que defende intervenção militar no Brasil, gerou dezenas de manifestações contrárias à ACIPG

Publicação da ACIPG repercutiu mal entre algumas lideranças da cidade
Publicação da ACIPG repercutiu mal entre algumas lideranças da cidade -

Gabriel Sartini

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Carta de apoio ao general Antônio Hamilton Mourão, que defende intervenção militar no Brasil, gerou dezenas de manifestações contrárias à ACIPG

A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) e outras 27 entidades da região dos Campos Gerais foram bastante criticadas neste fim de semana depois da publicação de uma carta de apoio ao general Antônio Hamilton Mourão, secretário de Finanças das Forças Armadas, que defendeu a intervenção militar caso o Judiciário não consiga acabar com a corrupção no Brasil. A entidade que representa os interesses dos empresários e comerciantes da cidade emitiu uma carta se dizendo favorável às ideias do general, parabenizando-o pela proposta e reiterando o apoio à intervenção e ao discurso.

A publicação gerou revolta e dezenas de pessoas criticaram o posicionamento da ACIPG neste cenário, alegando falta de conhecimento histórico sobre a ditadura militar vivida no país entre 1964 e 1985 e clamando pela democracia. Uma das lideranças a se manifestar contrária ao posicionamento da Associação foi o deputado federal Aliel Machado (Rede), que divulgou uma nota de repúdio contra a entidade. “A ditadura não é remédio para a corrupção. Muito pelo contrário, a concentração de poder é ambiente propício para o uso do poder em benéfico próprio. O sistema democrático de pesos e contrapesos é a única garantia de um sistema institucional de combate a corrupção”.

“Nos preocupa e envergonha saber que uma instituição tão importante como a ACIPG (que em 2014 chegou a propor que beneficiários de programas sociais não tivessem direito a voto?!) se presta a um papel tão descolado dos princípios democráticos, que ignora a história, os sofrimentos e opressões impostos pela ditadura militar no Brasil. Quantos Rubens Paiva, Vladmir Herzog, atentados como os do Rio Centro, entre outros, serão necessários para que a memória da ditadura cale as vozes ignorantes ao sofrimento alheio?”, indaga o deputado federal. Nos conforta saber que Ponta Grossa não é isso. Nossa cidade merece respeito. Não será uma atitude reacionária e condenável que a fará perder a sua alma lutadora e esperançosa por uma DEMOCRACIA verdadeiramente inclusiva, justa e igual”, completa.

O deputado estadual Péricles de Mello (PT) também se manifestou contrário ao posicionamento da ACIPG. “O Brasil ainda não se recuperou totalmente da tragédia da ditadura militar imposta ao país entre os anos de 1964 e 1984 e não há a mínima razoabilidade em se propor a volta a um passado de terror”, afirma o parlamentar. “O desconhecimento histórico suscita por vezes o contrassenso de tentar sanar os problemas da corrupção no país propondo um regime que punia qualquer iniciativa de denúncia da vasta corrupção daquele período”, argumenta o petista.

Péricles também lembra que “a mesma ACIPG já foi destaque no cenário nacional de forma deletéria quando sua diretoria incorporou o discurso raivoso presente nas redes sociais e propôs, no ano de 2014, a suspensão do direito de voto a beneficiários do Programa Bolsa Família” e manifestou repúdio ao posicionamento da entidade e reforçou que vai propor o voto de repúdio contra a ACIPG na sessão desta segunda-feira (9) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Veja na íntegra a Carta pública de apoio da ACIPG ao general Mourão:

As entidades abaixo nominadas vêm a público declarar seu apoio ao General Antônio Hamilton Mourão, Secretário de Finanças das Forças Armadas, que declarou recentemente que uma intervenção militar pode ser adotada se o Judiciário não resolver o problema político referente à corrupção.

Concordamos com o oficial do Exército Brasileiro que a política nacional chego ao nível máximo de tolerância, e exigimos que o Poder Judiciário cumpra com sua função de afastar da vida pública essas pessoas que estão acabando com as riquezas do país. Não podemos mais aceitar que negociatas políticas permitam que as mesmas pessoas continuem a levar o Brasil à ruína.

Há conforto em saber que existem brasileiros como ele, que ainda se preocupam com a nação e se disponibilizam a lutar pelo futuro.

Assim, parabenizamos o General pelas suas palavras e reiteramos nosso apoio.

Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG); Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL); Conselho Empresarial da Mulher Executiva (CEME); Conselho Comunitário de Segurança de Ponta Grossa (CONSEG); Sociedade Rural dos Campos Gerais; Sindicato do Comércio Varejista de Ponta Grossa (SINDILOJAS); Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de Ponta Grossa (SINDIREPA); Conselho do Jovem Empresário (CONJOVE); Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (SESCAP); Núcleo Sindical Rural dos Campos Gerais representando: Sindicato Rural de Arapoti; Sindicato Rural de Carambeí; Sindicato Rural de Castro; Sindicato Rural de Imbituva; Sindicato Rural de Ipiranga; Sindicato Rural de Ivaí; Sindicato Rural de Jaguariaíva; Sindicato Rural de Ortigueira; Sindicato Rural de Palmeira; Sindicato Rural de Piraí do Sul, Sindicato Rural de Ponta Grossa, Sindicato Rural de Porto Amazonas; Sindicato Rural de Reserva; Sindicato Rural de Sengés; Sindicato Rural de Teixeira Soares; Sindicato Rural de Telêmaco Borba; Sindicato Rural de Tibagi; Sindicato Rural de São João do Triunfo.

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