PG ganha força em planos do PSOL para eleições municipais

Presidente nacional da sigla, Juliano Medeiros visitou a cidade nesta sexta (30). “Ponta Grossa apresenta hoje as melhores perspectivas do nosso partido para 2020”, disse.

O resultado obtido pelo PSOL nas eleições municipais de 2016 chamou a atenção da cúpula nacional do partido e deve dar protagonismo ao diretório local durante o pleito do próximo ano. É o que afirmou o presidente nacional da sigla, Juliano Medeiros, durante visita a Ponta Grossa nesta sexta-feira (30). Na agenda oficial, Medeiros participou de um evento de captação de novos filiados e de discussão do cenário político atual.

Além de Ponta Grossa, apenas outras duas cidades (Londrina, no dia 29, e Curitiba, também no dia 30) receberam a visita da comitiva nacional do PSOL dentro do processo de captação de novos filiados, que deve ser encerrado no mês de setembro. A capital paranaense foi escolhida por se tornar o epicentro da política nacional como ‘berço’ da Lava-Jato e ‘casa’ do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso durante desdobramentos da operação. Já Londrina entrou na agenda por se tratar de um polo regional e da maior cidade do interior do Estado.

Ponta Grossa tem uma peculiaridade muito interessante que a colocou na ‘rota’ nacional do partido: a cidade registrou o melhor resultado do PSOL nas eleições municipais de 2016 entre as paranaenses, de acordo com Medeiros. “Ponta Grossa foi o nosso melhor resultado eleitoral e apresenta hoje as melhores perspectivas para 2020. Os companheiros daqui realizam um trabalho muito sólido, dialogando sobre várias questões com líderes de oposição ao governo Bolsonaro”, afirmou, em entrevista ao portal aRede.

Para as eleições municipais do próximo ano, existe uma expectativa de que diretórios locais de várias legendas de esquerda se unam para a construção de uma frente única em busca do principal cargo do Executivo. Medeiros confirmou a possibilidade, mas não descartou um cenário de ‘chapa pura’ do PSOL. “Existe sim [a possibilidade de uma frente única]. Como linha geral, temos trabalhado com a ideia e nós vamos estimular o diálogo – não necessariamente as alianças – com os partidos de esquerda e centro-esquerda, que são oposição ao governo Bolsonaro”, contou.

O principal nome é o do professor Sérgio Luiz Gadini, candidato em 2016. “Ele tem um trabalho consolidado e vamos oferecer o nome dele não só para ser candidato do PSOL, mas também de uma frente mais ampla”, revelou.

Temas nacionais terão peso importante

Na avaliação de Medeiros, a eleição do próximo ano será onde os temas nacionais terão mais peso em um pleito municipal deste a redemocratização do país. “Nem as de 2016 terão um caráter tão nacional quanto essas. São as primeiras em um cenário de extrema direita no poder. O PSOL não só acredita que vai ter um caráter bastante nacional, do ponto de vista do conteúdo dos debates, como também vai estimular para que isso aconteça”, afirmou o presidente da sigla.

Por conta do fim da coligação proporcional nas eleições do Legislativo, Medeiros acredita que um partido como o PSOL, que segue uma identidade pragmática e ideológica mais forte e uma linha de independência há anos, pode sair fortalecido. “O eleitor agora vai ter claramente a associação partidária dele, não vai misturar voto de vereador do partido A para eleger outro do partido B. Para quem constrói uma sigla fortemente ideológica, certamente vai trazer benefícios”, garantiu.

Agenda nacional

A atividade em Ponta Grossa faz parte de uma extensa agenda de visitas a diversos municípios do Brasil, que até agora já incluiu Macapá (AP), Jundiaí e Guarulhos (SP), e Florianópolis (SC), além de Londrina (PR). “Somos hoje o opositor mais intransigente aos ataques de Jair Bolsonaro aos direitos do povo brasileiro. Por isso, fortalecer esse instrumento é fundamental. Nossa campanha de filiação tem como propósito receber aqueles e aquelas que querem uma oposição firme e comprometida com a democracia” afirmou Medeiros.