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Hospitais deverão permitir apoio psicológico no parto

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Sob a contestação de hospitais privados, os vereadores de Ponta Grossa aprovaram ontem o projeto que autoriza o acompanhamento de doulas durante os partos nas maternidades do município. A proposta do vereador Marcelo Barros – o Professor Careca (SD) – obriga as unidades hospitalares e similares a permitirem a presença das profissionais no período do trabalho de parto e pós-parto.

De acordo com a iniciativa de Careca, os hospitais deverão autorizar o acompanhamento das doulas quando requisitado pelas parturientes. As profissionais oferecem suporte emocional e psicológico às gestantes, para encorajar e tranquilizar as mulheres durante o trabalho de parto. Aprovado apenas com uma emenda, a proposta deve passar por segunda votação antes de seguir para a sanção do prefeito e se tornar lei municipal.

O projeto gerou polêmica no plenário e foi alvo de resistência do vereador Pascoal Adura (PMDB) que apresentou ofícios dos hospitais Santa Casa de Misericórdia, Unimed, Hospital Evangélico e Maternidade Santana. Os documentos elencavam mais de dez itens para barrar as doulas nas salas de parto. “Eles foram unânimes pela contrariedade do projeto por uma espécie de inconveniência e uma série de riscos”, disse.

Entre os riscos apontados pelos hospitais, Pascoal destacou a possibilidade de aumento nos casos de infecção hospitalar e a ‘circulação livre de terceiros nas maternidades’. “As doulas não possuem responsabilidade técnica-legal pelas parturientes, o responsável técnico pelo paciente é o obstetra, ele que decide como será o parto e quem entra na sala”, afirmou o vereador. Outra preocupação dos hospitais levada a plenário por Pascoal envolvia ‘de processos judiciais trabalhistas’ decorrentes do projeto.

Autor da proposta, Careca rebateu os ofícios encaminhados pelas casas de saúde e negou a existência de riscos. “Na verdade (as doulas) não têm vínculo empregatício nenhum com qualquer hospital, com qualquer órgão público, porque elas serão contratadas pela própria família ou pela mulher em trabalho de parto”, comentou. “As doulas não vão, de maneira alguma, atrapalhar a parte médica. Inclusive elas terão formação para isso, não é qualquer uma que estará lá. São pessoas formadas”, completou. Apesar da polêmica, o projeto teve apoio amplo no parlamento e apenas Pascoal votou contra.

Pietro defende parto humanizado

O vice-presidente da Câmara, vereador Pietro Arnaud (PTB), também rebateu as alegações dos hospitais consultados por Pascoal Adura (PMDB). O parlamentar criticou ainda o número de cesarianas realizadas no município e defendeu a humanização do parto. “Temos hospitais em Ponta Grossa onde 96% dos partos são cesarianas e eu não consigo entender isso como natural”, disse. O parlamentar também lembrou que a naturalização das cesáreas não ocorre na maioria dos países e apontou interesses econômicos de hospitais contra a humanização.

“Hoje a criança fica nove meses na barriga em uma situação de geração de amor, de tranquilidade e, somente no Brasil, por conveniência de um sistema onde estão envolvidas forças econômicas, essa criança é retirada de lá, às vezes até mesmo se acelera um processo de vital importância no aspecto físico e espiritual da criança”, afirmou. “Não estamos falando de gente (doulas) desqualificada como foi dito nestes ofícios de quatro hospitais”, completou.

Informações do Jornal da Manhã.

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