PG tem mais de 160 pessoas em busca de adotar filhos
De acordo com a Vara da Infância e da Juventude de Ponta Grossa, atualmente são 146 casais e 22 pessoas solteiras na fila em busca de um filho
Publicado: 15/02/2020, 11:28
De acordo com a Vara da Infância e da Juventude de Ponta Grossa, atualmente são 146 casais e 22 pessoas solteiras na fila em busca de um filho
Nos últimos cinco anos, Ponta Grossa conseguiu encaminhar 111 crianças para adoção, conforme dados da Vara da Infância e da Juventude (VIJ) do município. Várias famílias se formaram, ou cresceram, graças à estrutura do programa de adoção realizado na cidade, mas ainda assim, a fila de pessoas que buscam uma criança para integrar às suas vidas ainda é alta no município. São 166 pretendentes na fila, sendo 22 pessoas solteiras e outros 146 casais.
Quem fez parte dessa fila e conseguiu deixá-la em 2015 foi o casal Robison e Soraya Queiroz. Depois de quase quatro anos em busca de uma criança, em dezembro daquele ano finalmente veio a boa notícia: o Natal em família teria um membro a mais. A demora deveu-se principalmente ao perfil estabelecido pelo casal: uma criança de dois a quatro anos de idade, o que configura adoção tardia. “Pelo que nos explicaram, primeiro o Judiciário faz uma extensa pesquisa dentro da família biológica, porque o objetivo é sempre manter a criança na família”, conta Soraya. “Quando esgotam a pesquisa e não consegue reinserir a criança, daí ela é encaminhada para adoção”, complementa.
O número de crianças e adolescentes aptos para adoção é reduzido, ainda conforme a VIJ. Atualmente existe um grupo de irmãos de 9, 10 e 11 anos de idade (dois meninos e uma menina), dois irmãos de 2 e 3 anos e uma menina de 3 anos, todos já em processo de aproximação com os candidatos que estão à frente na fila de espera. Além dessas crianças, há uma adolescente de 16 anos que ainda não está nesse processo.
A adoção de adolescentes, aliás, continua sendo um desafio: das 111 adoções dos últimos anos, apenas dez foram de jovens a partir de 12 anos de idade. De acordo com a VIJ, o perfil mais procurado em Ponta Grossa é de crianças de 0 a 4 anos, de ambos os sexos, de cor branca ou parda. Inclusive, para formar a família, a idade das crianças é levada em consideração na comparação com a idade dos pretendentes. A Justiça também leva em conta os quesitos necessários à habilitação que estão previstos na lei federal 13.509. A análise é feita por meio dos estudos sociais e psicológicos, que avaliam as condições dos pretendentes nessas áreas, além do atendimento à documentação exigida.
Para definir quem está apto, a Justiça considera principalmente o aspecto motivacional dos casais em relação à adoção, segundo a VIJ. O prazo para que um casal esteja habilitado costuma ser de seis meses, mas o tempo de espera pode variar dependendo do perfil de criança estabelecido. Para crianças de até quatro anos de idade, o tempo de espera costuma ser de três a quatro anos.
Todo esse rigor tem seus aspectos positivos e negativos, tanto para quem está na fila para adotar quanto para as crianças. “A gente sabia que teria a criança como sonhávamos, já que preferimos buscar uma criança mais velha do que a maioria dos casais, que costuma buscar bebês”, relembra Soraya. “A demora deixa o casal angustiado, ano após ano ligam para renovar o cadastro e também para perguntar se ainda queremos continuar na fila”, complementa.
Quem deseja adotar deve se dirigir à Secretaria da Infância e da Juventude da comarca de sua residência, onde será orientado sobre as etapas de cadastramento e habilitação. Deverá preencher um formulário, apresentar documentos, participar de preparação e avaliação psicossocial. Ao final, se considerado habilitado pelo juiz, será incluído no Cadastro Nacional de Adoção.
Grupos de adoção orientam ‘futuros pais’
Em Ponta Grossa existem dois grupos de apoio à adoção que trabalham com o mesmo objetivo: compreender melhor o que é adoção e todas as suas particularidades. A Vara da Infância e Juventude de Ponta Grossa e o Grupo de Apoio à Adoções Necessárias (GAAN) desenvolvem trabalhos que buscam informar os pretendentes sobre a adoção e quais são os requisitos obrigatórios para que os pretendentes possam se habilitar. O objetivo da VIJ é que os pretendentes reflitam e sejam informados sobre o tema e os seis encontros realizados pelos grupos auxiliam nesse processo.
Quem pode adotar
Pessoas maiores de 18 (dezoito anos), independentemente do estado civil, que tenham sido avaliados e considerados aptos para adoção pelo juízo da Vara da Infância e da Juventude. É necessário que haja uma diferença de 16 anos entre adotante e adotado.