DAF suspende produção em PG até 20 de abril

Montagem de caminhões foi suspensa na planta de Ponta Grossa devido ao coronavírus

A montadora de caminhões DAF está com produção suspensa em Ponta Grossa devido ao novo coronavírus. Com as concessionárias fechadas para as vendas de caminhões no Brasil, a DAF parou, temporariamente, de montar os modelos CF85 e XF105. A suspensão da produção por parte da montadora não ocorre apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Nesta sexta-feira, 3, a Paccar, empresa à qual pertence a DAF, informou que prorrogará a suspensão da produção de caminhões e motores em suas fábricas em todo o mundo, até 20 de abril de 2020. Quase 100% das montadoras de veículos (sejam automóveis, motocicletas ou caminhões) estão com a produção suspensa no Brasil.

Essa suspensão ocorre em um momento em que a DAF ampliava as vendas e o mercado de caminhões ganhava força no país. No acumulado do ano passado, por exemplo, foram emplacados 3.246 caminhões da marca. Na comparação com o ano imediatamente anterior, 2018, quando foram registrados 2.344, houve uma ampliação nas vendas de mais de 900 caminhões, o que em percentual representa um crescimento de 38,5%. Foi um incremento acima da média nacional total de caminhões, cuja alta foi de 33,12%. 

Ao analisar somente o mercado de pesados, no qual se enquadra o DAF XF105, principal produto da montadora, ele se destacou como o quinto caminhão mais comercializado do Brasil, com 3.015 unidades vendidas, atrás apenas de dois modelos da Volvo um da Scania e um da Mercedes-Benz. O outro modelo fabricado pela montadora em Ponta Grossa é o semipesado CF85 . A empresa já testa o modelo de nova geração no Brasil, que atende às especificações ‘Euro 6’, que deverá ser lançado até 2022.

Além disso, a empresa tinha a previsão de concluir, em Ponta Grossa, neste primeiro semestre, seu novo Centro de Distribuição de Peças, instalado dentro do parque industrial em Ponta Grossa. O investimento total previsto inicialmente era de R$ 100 milhões. Ao seguir seu plano de investimentos no país, visando o fortalecimento das operações da marca, com o novo Centro de Distribuição, a Paccar Parts, divisão de peças, conseguirá atender à demanda crescente no país, associada ao bom desempenho da companhia no Brasil.

Apesar da suspensão das atividades, a Paccar confirmou que continuará promovendo suporte pós-venda aos seus clientes que fornecem suprimentos médicos, alimentos e serviços essenciais as comunidades.

Impacto financeiro

Em comunicado enviado à imprensa nesta sexta-feira, a Paccar reconhece que os resultados financeiros companhia para 2020 serão impactados por alterações nos cronogramas de produção, devido a mudanças na demanda dos clientes e o impacto de regulamentos ou mandatos governamentais. Porém, informou que a companhia está em uma forte posição financeira, com excelentes classificações de crédito de liquidez e grau de investimento A+ / A1. O caixa para manufatura e os títulos negociáveis foram de US$ 4,3 bilhões no final de março de 2020. A Companhia também tem acesso às linhas de crédito existentes de US$ 3,0 bilhões. "O excelente balanço da PACCAR, a experiente equipe de liderança e os funcionários de destaque contribuirão para que a empresa administre com sucesso durante esse período difícil”, afirma Preston Feight, CEO.

Concessionária mantém serviços de oficina e delivery

A MacPonta Caminhões alterou seu funcionamento para ajudar no combate ao novo coronavírus (Covid-19). O concessionário DAF no Paraná e interior de São Paulo definiu por suspender as vendas presenciais de veículos e peças no balcão, mas manteve o atendimento através dos canais de telefone e WhatsApp.

A decisão foi tomada seguindo as diretrizes de Medidas Provisórias Federais e Decretos Municipais e Estaduais. Como o transporte por caminhões é o principal meio de abastecimento no Brasil, os serviços de suporte e peças mantem o funcionamento, porém com agendamento ou delivery.

O Diretor Executivo da MacPonta Caminhões, Jackson Gondaski, entende que o setor é essencial para ajudar no combate a crise da Covid-19. “Por mais que o nosso país esteja passando por essa situação, uma das grandes questões é o abastecimento. Se as cidades ficarem desabastecidas, a situação se agrava muito mais. São os caminhões que estão levando medicamentos, são os caminhões que estão levando comida, que estão levando insumos para os hospitais e que levam produtos para manter indústrias essenciais rodando”, afirma.