Em PG, candidatos a vereador pedem recontagem dos votos

Lideranças do Partido Verde (PV) se unem com candidatos de outras legendas para pedir recontagem dos votos

A votação para a Câmara Municipal de Ponta Grossa (CMPG) está sendo questionada por um grupo de vereadores que disputou o pleito pelo Partido Verde (PV). Organizados em um grupo de WhatsApp, o grupo pretende pedir a recontagem dos votos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e já junta provas para apresentar o questionamento. Em 2020, a legenda elegeu dois vereadores - a dupla, curiosamente, teve a mesma votação. 

Os candidatos do PV defendem que realizaram campanhas robustas, visitando e trabalhando politicamente em dezenas de vilas da cidade, mas obtendo votações muito abaixo do esperado. Uma das lideranças do grupo é o candidato Felipe Santana que conquistou, segundo a contagem oficial, 96 votos. “Eu trabalhei para fazer 1200 votos”, conta o candidato. 

Segundo Santana, há grupo de pelos menos 150 vereadores, incluindo candidatos de outras legendas, que devem se unir ao movimento da recontagem. O grupo do PV tinha, além de Felipe, lideranças conhecidas, como Professor Goiaba e Sandra Sallum, figuras já conhecidas do eleitorado. Além de candidatos tidos como fortes, como Sargento Ferraz e Gustavo Martinkoski. 

“Soubemos de alguns fiscais que não colaram a cópia do boletim das urnas nas paredes dos locais de votação como é praxe, além de outras irregularidades que queremos que sejam apuradas”, conta Santana. Segundo o candidato do PV, ele e outros postulantes ao cargo de vereador visitaram dezenas de vilas e estranharam o resultado final das urnas. “Estamos juntando provas para apresentar questionamentos ao TSE”, explica. 

Felipe citou o próprio caso como exemplo. Segundo o candidato, durante a campanha ele ‘colocou’ ao menos 120 perfurados (adesivos colocados no vidro traseiro de carros), além de contar com um grupo de mais de 300 apoiadores próximos. “Muitas pessoas me ligaram, me mandaram áudio e me deram feedbacks que mostram que o resultado não pode ser esse”, explica Santana que é morador do Parque Dom Pedro. 

Candidatos juntam provas para o partido

Segundo César Gaspareto, advogado e candidato do PV em 2020, a recontagem de votos cabe ao partido. “Somente a legenda tem legitimidade para postular uma recontagem”, afirmou. Segundo o advogado, os candidatos tem questionado os votos “esperados” daqueles efetivamente recebidos. 

O grupo sugere que, durante os diversos apagões, tenha havido uma contabilização incorreta dos votos. “Como houve mais de 50 mil abstenções e ausências, acreditamos que votos válidos acabaram não sendo computados. A hipótese é de que isso tenha ocorrido naqueles diversos ‘apagões’ da apuração de votos”, explicou o candidato e advogado. "Vale informar que o PV não tem nenhum candidato que tenha ocupado qualquer cargo na política, mesmo a título ad nutum", complementa.

Presidente do PV afirma que fará pedido

A reportagem do Portal aRede e Jornal da Manhã encontrou em contato com Filipe Chociai, um dos eleitos pelo PV e presidente da legenda. O vereador eleito ressaltou que a opinião em prol da recontagem é válida, mas destacou que a legenda não recebeu, até o momento, nenhum pedido oficial. “O partido acredita que essa é uma acusação séria”, disse.

No posto de presidente da legenda, Chociai orientou que os candidatos juntassem documentos comprobatórios para que o partido encaminhasse o pedido de recontagem. “Esse pedido será dos candidatos, que têm o direito de pedir a recontagem, mas não é um pedido do PV em si. Esse é um posicionamento de alguns dos candidatos”, afirmou.

Em um grupo de WhatsApp, ao menos 18 candidatos da chapa do PV já manifestaram a intenção de pedir a recontagem.