Ponta Grossa
29 de agosto de 2020 20:26
Da Redação
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Sem a vigilância das escolas, polícia teme que denúncias
de abusos de crianças e adolescentes percam a força durante a pandemia
Enquanto a maioria das pessoas está preocupada com as
medidas de prevenção para evitar a propagação do novo coronavírus e, ao mesmo
tempo, sem deixar a economia do país entrar em frangalhos, as autoridades
policiais estão atentas a outro fator que pode ser influenciado pela pandemia
de covid-19 – e tão grave e preocupantes quanto os fatores citados anteriormente.
Trata-se do possível aumento no número de casos de violência sexual contra
crianças e adolescentes.
O maior problema nesse caso é que, segundo a polícia, as escolas
têm papel fundamental para que esses casos cheguem às autoridades. Muitas vezes,
as vítimas sofrem os abusos dentro da própria casa, e recorrem à escola para pedir
socorro aos professores. Com as aulas suspensas, os crimes cometidos dentro de
casa por pais, padrastos, avôs e tios tendem a ficar sob as sombras do lar, já
que a criança dificilmente terá condições de pedir ajuda dentro da própria
família.
Números revelados recentemente pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) revelam que o número de denúncias entre março e maio deste ano foi apenas a metade das denúncias que ocorreram no mesmo período de 2019, com as escolas em funcionamento. Enquanto esse ano houve apenas 17 denúncias de abusos contra crianças e adolescentes, no ano passado esse número foi de 34. A realidade também é semelhante no Paraná. Pegando este mesmo recorte, houve 129 denúncias feitas pelo Disque Denúncia (via 181) de crimes contra essa faixa etária, enquanto o ano passado teve 144 denúncias.