Em depoimento, vereador Valtão já admitiu ter recebido propina
Defesa do vereador tentou 'relaxar' prisão preventiva. Ao negar pedido, juíza citou que o parlamentar já confessou ter recebido "vantagens"
Publicado: 19/12/2020, 19:00
Defesa do vereador tentou 'relaxar' prisão preventiva. Ao negar pedido, juíza citou que o parlamentar já confessou ter recebido "vantagens"
O vereador Walter José de Souza, o Valtão (PRTB), segue preso na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG). A defesa do parlamentar, preso pelo Gaeco na última terça-feira (15), já tentou relaxar a prisão preventiva do parlamentar, mas acabou tendo o pedido negado. Na decisão em que negou o pedido de liberdade ao vereador, a magistrada responsável pelo caso destacou que Valtão já admitiu ter recebido propina no caso investigado.
Na decisão em que negou o relaxamento da prisão preventiva de Valtão (válida por 30 dias), a magistrada Érika Watanabe afirmou que "quando interrogado, o requerente [Valtão] disse que teria recebido uma "gratificação" por parte do investigado João Carlos Barbiero, no valor de R$ 15.000,00 (quinze) mil reais, advinda dos sócios da empresa Cidatec e com a finalidade de alterar o conteúdo do relatório final da CEI em favor da empresa", diz a magistrada na decisão.
"Ora, o que o requerente denominou como gratificação, constituiu, com base nos elementos aqui apresentados, verdadeira propina para o direcionamento do relatório final das investigações promovidas na Câmara de Vereadores, desvirtuando por completo a sua finalidade", detalha a magistrada.
Ao afastar a possibilidade de colocar Valtão em liberdade, a juíza ressaltou o papel que o vereador deveria desempenhar na CPI. "Ressalte-se que o requerente, na condição de vereador e relator da CEI que apurava as irregularidades havidas na contratação da empresa Cidatec, admitiu ter recebido vantagem indevida para direcionamento do relatório final da investigação, isentando a empresa de responsabilidade com o poder público, o que resultaria em sérios prejuízos aos cofres públicos", disse.
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