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PG é a 3ª do país em capacidade de armazenamento

Com capacidade de 2,41 milhões de toneladas, município está apenas atrás de dois municípios do Mato Grosso. Dados são de levantamento realizado pelo IBGE

Ponta Grossa tem o maior complexo de armazenamento da Conab no país
Ponta Grossa tem o maior complexo de armazenamento da Conab no país -

Fernando Rogala

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Com capacidade de 2,41 milhões de toneladas, município está apenas atrás de dois municípios do Mato Grosso. Dados são de levantamento realizado pelo IBGE

Principal cidade de uma região que se caracteriza pela forte produção do agronegócio, Ponta Grossa é, também, um dos municípios com maior capacidade de armazenagem de grãos do Brasil. A Pesquisa de Estoques, realizada semestralmente pelo IBGE, divulgada nesta quinta-feira (9), com base nas informações obtidas entre julho e dezembro de 2021, apontam que a cidade é terceira nacional entre as com maior capacidade total de armazenagem, com 2,41 milhões de toneladas. Ponta Grossa fica só atrás de duas cidades do estado que mais produz soja: Sorriso e Primavera do Leste, no Mato Grosso. 

Esse protagonismo da cidade ocorre principalmente pelo armazenamento graneleiro: 1,21 milhão de toneladas de capacidade. Depois, há 937 mil toneladas de capacidade de armazenamento em silos, e mais 444 mil metros cúbicos de capacidade de armazenamento convencional. Isso faz com que Ponta Grossa possua 1,31% da capacidade total de armazenamento do Brasil, e 7,39% da capacidade de todo o Paraná, que é de 32,7 milhões de toneladas, em 1.340 estabelecimentos. Em capacidade, o Paraná só perde para o Mato Grosso (45,5 milhões de toneladas) e Rio Grande do Sul (34,5 milhões de toneladas).

Edilson Gorte, produtor rural e líder do agronegócio, que já atuou como presidente da Sociedade Rural dos Campos Gerais, explica que grande parte dessa capacidade de armazenamento é justificada pela vocação da cidade, sede de grandes indústrias do agronegócio, e pela grande produção na região, especialmente por parte de cooperativas - e sem falar na posição estratégica da cidade na logística dos grãos. “Nós temos o maior depósito nacional da Conab, que é gigantesco, e temos a armazenagem das três grandes (Bunge, Cargill, e Louis Dreyfus). Estamos falando também de cooperativas, de Castrolanda, de Coopagrícola, de Frísia, inclusive com o moinho, que também armazena. Então a nossa capacidade de armazenagem é gigantesca, perto de outras cidades”, esclarece. 

Contudo, para o produtor rural, o cenário ideal seria diferente: que a maior parte dessa capacidade de armazenagem estivesse dentro das fazendas, como ocorre em outros países. Isso, segundo ele, reduziria os custos para os produtores e ampliava os rendimentos dos agricultores. “Quando você manda para qualquer armazenagem, eles descontam umidade de impurezas. No seu secador, você não tem esse desconto. É claro que, com um Silo, você tem os custos de funcionários e do que você vai queimar para secar esses grãos, mas ainda assim é um custo ínfimo perto do que você pagaria para armazéns ou para trades”. 

Segundo a Conab, com base em dados de 2021, no Canadá, 85% das propriedades possuem armazenamento, e nos Estados Unidos esse valor chega nos 65%. Na Argentina, é de 40%, enquanto que no Brasil, apenas 14% das fazendas têm armazéns ou silos. Gorte informa que é preciso dinheiro, é preciso incentivo e melhores condições para que esses investimentos se tornem viáveis. “O governo precisa fazer algo para que o produtor rural invista em silo”, disse. Hoje, segundo ele, um silo custa cerca de R$ 2 mil por tonelada de armazenamento, e explica que um silo mínimo ideal seria com capacidade próxima de 600 mil quilos.

Armazenamento é necessário por diversos motivos

O armazenamento de grãos é importante por vários motivos. Entre eles, explica Luiz Alberto Vantroba, economista do núcleo regional do Departamento de Economia Rural em Ponta Grossa, estão a própria capacidade industrial e a escolha do momento da melhor hora para a venda do produto. “Não se vende todo o produto na hora. Ele vai vendendo escalonadamente, então precisa armazenar o produto. E esse armazenamento acontece de duas formas: há quem tem mais estrutura e armazena na propriedade, e vende quando acha melhor; e os pequenos produtores, que colocam os grãos em determinada empresa”, informa, explicando que, nas condições ideais, a soja pode passar de um ano armazenada. “Com o depósito particular, você leva para a trade quando quiser vender, então ganha uma safra a cada cinco anos. Quem segura até a entressafra, aí ganha dinheiro – tem gente que diz que ganha até 55% a mais tendo armazenamento. E sem falar na logística: sem armazenamento você precisa de cinco, seis, até oito caminhões para escoar a safra, o que não acontece se tiver silo”.

Cidade é a segunda do país em armazenamento de trigo

Os principais produtos armazenados em Ponta Grossa são soja, milho e trigo. Contudo, quando se olha comparativamente com outras cidades e regiões, o estudo do IBGE destaca o protagonismo de Ponta Grossa em um deles: o trigo. De acordo com o levantamento, a cidade é a segunda que mais armazena esse produto no país, atrás apenas de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, onde há um porto. A terceira cidade do país em armazenamento de trigo é Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Essa segunda colocação da cidade é justificável pelo fato de que Tibagi é a cidade que mais produz trigo no Brasil, e pelos moinhos existentes na cidade.

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