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UEPG e cervejarias selam acordo para uso de tecnologia

Termo de cooperação técnica foi assinado entre a universidade e duas microcervejarias de Ponta Grossa. Tecnologia garante um sistema tratamento de efluentes de baixo custo, trazendo ganhos para as indústrias e ao meio ambiente

Termo de cooperação técnica foi assinado na tarde desta segunda-feira (18)
Termo de cooperação técnica foi assinado na tarde desta segunda-feira (18) -

Fernando Rogala

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Termo de cooperação técnica foi assinado entre a universidade e duas microcervejarias de Ponta Grossa. Tecnologia inovadora garante um sistema tratamento de efluentes de baixo custo, trazendo ganhos para as indústrias e ao meio ambiente

Foi assinado, na tarde desta segunda-feira (18), um termo de cooperação técnica entre a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e representantes de microcervejarias do município. A assinatura, que contou com a presença do reitor Miguel Sanches Neto, se refere ao desenvolvimento e implementação de uma tecnologia inovadora para o tratamento de esgoto das microcervejarias, de modo que a água possa ser reaproveitada para algumas atividades das empresas. Nesse aspecto, além da aplicação prática dos conhecimentos gerados na universidade, a ação traz benefícios ambientais e econômicos para a região, no âmbito da redução do consumo de água.

A tecnologia utilizada está sendo desenvolvida desde 2012 pelo grupo de pesquisa em Química Analítica Ambiental e Sanitária da universidade. A ideia da aplicação no setor surgiu do conhecimento sobre os processos de produção das microcervejarias e as dificuldades para o tratamento de seus efluentes com o objetivo de se adequarem à legislação. “É um projeto que envolve uma tecnologia de tratamento de efluentes utilizando sistemas de filtração e processos oxidativos avançados visando reuso. Envolve áreas de química, engenharia e biologia. Esse projeto vem sendo aplicado ao tratamento de esgotos domésticos e obteve resultados excelentes com qualidade final de uso da água para jardinagem, lavagem de carros, processos industriais, entre outros”, relata o professor do departamento de química, Sandro Xavier de Campos.

Fazem parte desse projeto os alunos de iniciação cientifica, mestrado, doutorado e pós doutorado, mais 6 pesquisadores, e ainda os técnicos das empresas. As construções e os estudos de laboratório para coleta dos dados de projetos já estão em fase final. Para Sandro, esse desenvolvimento é de grande relevância, pelo fato de que o projeto pode ser expandido para outras empresas em âmbito estadual e nacional. “Essa interação com a comunidade externa é de extrema importância para mostrar o quanto os conhecimentos gerados na universidade podem resolver problemas locais. Isso faz com que a comunidade valorize e perceba a importância das universidades e da ciência produzida nelas”, completou Campos.

Pioneirismo

A primeira cervejaria a utilizar a tecnologia é a Oak, instalada no Distrito de Guaragi, onde foi instalado o projeto piloto. “É um projeto muito importante porque todas as microcervejarias hoje usam a Sanepar como base para o tratamento de esgoto. E com esse projeto pioneiro no Paraná, estamos nos desvinculando, e estamos fazendo o tratamento do resíduo, resultando em uma água praticamente limpa, e a reusando nos processos. Não na fabricação de cerveja, mas para atividades como a lavagem de equipamentos e limpeza em geral”, resume o empresário Ricardo Carvalho. Esse fato, aliado à destinação de resíduos orgânicos para a usina termelétrica pública de Ponta Grossa, e à implantação de placas de painéis solares possibilitarão à empresa conquistar o selo de 100% ecológica.

Benefícios

O presidente da Associação das Microcervejarias dos Campos Gerais, Rogerio Bortolato Garcia, que também é empresário, dono da cervejaria El Patron (Partner), onde o projeto também começa a ser aplicado, destacou que o desenvolvimento e uso desse sistema tratamento de efluentes de baixo custo traz benefícios para todos os envolvidos. “A indústria precisa estar junto com a UEPG o tempo todo, e vice-versa, porque as demandas das indústrias precisam estar alinhadas com as pesquisas universitárias. E os resultados, além de serem usados em benefícios da indústria, vão beneficiar toda a sociedade. Vai reduzir o custo de água para a indústria e beneficiar a sociedade, com a entrega de água de qualidade para a rede de saneamento, não sobrecarregando a malha da concessionária”, pontua.

Futuro

De acordo com Ricardo Carvalho, como para a produção de um litro de cerveja são necessários três litros de água, a tecnologia, de fato, resultará em uma economia de água e na redução de custos. “Você conseguir tratar a água, obtendo isso com uma tecnologia desenvolvida pela universidade, é muito interessante. É o trabalho em conjunto, que gera pesquisa, movimenta, e traz soluções para a sociedade”, disse ele, afirmando que diferente das grandes empresas, onde se constrói lagoas de tratamento, a tecnologia utiliza pouco espaço físico, conseguindo uma grande eficiência para empresas de menor porte. Ricardo vê essa ação como uma necessidade para pequenas empresas, pelo fato de que o crescimento da população está sobrecarregando o sistema de tratamento público. “E essa é a primeira fase. Na próxima etapa vai ser possível utilizar a água tratada para a própria produção”, conclui. 

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