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Passageira de PG relata tensão em trem preso na Serra do Mar

Segundo a ponta-grossense, contato com o Corpo de Bombeiros aconteceu depois de horas presos na ferrovia

Segundo a ponta-grossense, contato com o Corpo de Bombeiros aconteceu depois de horas presos na ferrovia
Segundo a ponta-grossense, contato com o Corpo de Bombeiros aconteceu depois de horas presos na ferrovia -

Da Redação

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Uma passageira de Ponta Grossa, que esteve presa no trem por mais de 10 horas em trecho da ferrovia na Serra do Mar, litoral do Paraná, trouxe informações exclusivas sobre a angústia dos mais de 900 passageiros envolvidos no incidente. Na quinta-feira (13), turistas de 22 vagões do trem que fazia o percurso de Curitiba a Morretes ficaram parados por conta de árvores que caíram no caminho.

A mulher, que preferiu não se identificar, trouxe um depoimento exclusivo sobre a situação, em passeio que contava com turistas de várias partes do Brasil. Nos vagões, estavam idosos, crianças e pessoas que, devido à incerteza, tiveram crise de ansiedade. Confira o relato:

Guias não sabiam da situação

“Estava ventando, mas não um vento que comprometesse o passeio. E então nós fomos embarcar como tantas pessoas que foram para esse passeio de trem. Nós chegamos lá às 8h30 e saiu o trem. Durante o embarque não informaram nada para nós, que tinha alguma coisa acontecido na ferrovia, no caminho. Só a guia falou que a situação de Morretes tinha sido mais forte lá, a chuva, mas não falou nada que isso poderia ter comprometido a ferrovia e o passeio. Acredito que todos os guias foram bastante cobrados, cada um do seu vagão, mas eles não tinham informações, estavam tão iguais a nós. Eram meros passageiros. O responsável, o maquinista, não nos informava sobre a real situação. Nas primeiras paradas, a gente teve algumas informações, que depois foram não se confirmando, foram surgindo outras e outras, e a gente não sabia mais o que era verdade, o que era mentira”.

70 árvores caíram nos trilhos 

"Então a primeira parada foi umas onze e pouco assim, na verdade teve outras paradas antes, mas eles haviam informado que poderia acontecer essas paradinhas curtas porque quando um trem está subindo ou descendo, a gente vai parando conforme o fluxo ali na ferrovia, no caminho. Já informaram que a gente ia chegar posterior ao meio dia, em torno de uma hora, porque o trem estava lento. Mas até então tudo normal, né? Todo mundo aproveitando bastante passeio, fazendo bastante fotos, o tempo estava muito bonito. E aí chegou por volta das onze e pouco, assim perto do meio dia. Começou a primeira parada maior, falaram que a gente teria que ficar lá em torno de 1h30 porque havia caído uma árvore no trem, no caminho do trem que estava à nossa frente e ele não poderia passar enquanto a árvore não fosse retirada e logo nós também não. Logo recebemos a informação de que era mais de uma árvore. Depois vem informação que a árvore havia caído em cima deste trem de carga que estava na nossa frente. E depois tivemos a informação que foram cerca de 70 árvores que caíram em cima dos trilhos e estavam impedindo o andamento dos trens."

Crise de ansiedade 

"Alguns homens começara a descer dos seu vagões e procurar o chefe, o responsável pela viagem, para saber o que de fato estava acontecendo, porque ninguém nos informava. Falaram que ia demorar mais tempo ainda. E quando a gente viu já era noite, todo mundo com fome, com sede. Tinha crianças no nosso vagão, acredito que tinham muitas nos outros também, muita gente de fora, gente com passagem comprada, que ia para outro local. Nós estávamos apenas com o lanche oferecido pela empresa, que era bolacha água e sal, bolacha doce, água e refrigerante. Não tinha mais mantimentos. Tinha muitos idosos, pessoas com problemas de diabetes, pessoas passando por crise de ansiedade. As pessoas começaram a se deslocar de um vagão para o outro. Veio uma senhora super nervosa, falando que ela tinha ansiedade, ela estava passando realmente por uma crise, querendo cobrar alguma coisa, querendo sair do trem e ir a pé, porque nós não estávamos tão longe, mas mesmo assim, tínhamos duas pontes para passar e o caminho é perigosíssimo. E a noite estava se aproximando naquele determinado momento. Então foi assim uma situação bem complicada no nosso vagão, até que as pessoas mantiveram a calma por bastante tempo".

Comunicação com os bombeiros aconteceu depois de horas presos no trem 

"Depois, em determinado momento, o sinal pegou, porque nós não tínhamos sinal. E aí começaram a ligar para o Corpo de Bombeiros, para a Polícia, pra ver se alguém tomava alguma medida. A empresa, em si, diz que não tinha comunicado até aquele momento ninguém, ninguém estava sabendo de nossa situação. Acredito que falta um médico, a gente pensou: meu Deus, imagina se alguém tem algum problema de saúde grave, né? Enfarta, acontece alguma coisa. Então, falta muito preparo, tem muita desorganização. A gente pensava que, como o passeio está entre os mais bonitos de trem do Brasil e do mundo, que era uma empresa séria, a gente se decepcionou bastante. E ainda nós iríamos fazer a viagem de trem ida e volta. Aí nós voltamos de ônibus, isso já era muito tarde, até a empresa falou que nós poderíamos jantar por lá, mas assim, naquele momento ninguém tinha mais vontade de estar ali, todo mundo queria ir pra casa. E foi o que grande parte dessas pessoas fizeram, até porque tinha gente que ia pra Foz do Iguaçu. Gente que iria retornar para São Paulo, Rio de Janeiro. A cidade estava bastante movimentada por conta do jogo do Flamengo e do Atlético que teve no dia anterior. Então, assim, causou uma má impressão para muita gente. Do passeio, da cidade, do estado".

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