Alunos questionam fim de cotas para negros na UEPG

Na última segunda-feira (25), o Conselho Universitário (CU) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) aprovou mudanças no regime de cotas da Universidade. Dentre as alterações, está o fim da cotas para negros já a partir do vestibular realizados em 2014.

Em protesto a atitude, estudantes da UEPG já se mobilizam contra a atitude do CU. Além do fim de cotas para negros, o CU também diminuiu o número de vagas dedicadas a cotistas de escolas públicas.

Os estudantes convocaram uma reunião para o próximo sábado (30), às 14 horas, na praça do Campus central da UEPG. Para Luis Fernando Cerri, professor do Curso de História e membro do conselho que estudou a implantação de cotas na UEPG, a decisão do CU foi "um retrocesso histórico e uma marca do reacionarismo que está dominante no CU nesse momento", explicou Cerri.

De acordo com o professor, a decisão do CU é equivocada. "Prova disso é que até o Superior Tribunal Federal (STF) foi unânime quanto a esta questão, quer dizer, não se trata de uma posição ideológica, mas de informação e bom senso, e creio que foi isso que faltou para a maioria que votou contra o relatório da comissão e contra a política de cotas para negros", explicou o professor.

Para o aluno da UEPG e representante discente do setor de Ciências Sociais Aplicadas, Rodolfo de Campos, as cotas tem que ser ampliadas para o sentido "social". "O compromisso tem que ir além de inserir pessoas pretas na universidade, assim como brancos, amarelos. A cota precisa ser mais social e menos racial", explica Rodolfo.

A presidente do Centro Acadêmico João do Rio (CAJOR), Nicoly França, diz que o  Conselho Universitário "atropelou" o processo democrático tomando a decisão de extinção das cotas. "Isso vai contra as necessidades que vemos dentro da sociedade. Além de que a diminuição das cotas sociais também serve para que a universidade, que todos sabemos que já não é para todos, contemple menos ainda pessoas de classes mais humildes", argumenta .