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Indústrias fomentam toda a cadeia do agronegócio regional

Maltaria Campos Gerais e Queijaria Unium, projetos agroindustriais que começarão a produzir em 2024, gerarão demanda por matéria-prima, movimentando produtores rurais e toda a cadeia produtiva dos municípios da região

Maltaria Campos Gerais iniciará a produção em Ponta Grossa já no começo de 2024
Maltaria Campos Gerais iniciará a produção em Ponta Grossa já no começo de 2024 -

Fernando Rogala

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O ano de 2024 ficará marcado em Ponta Grossa, pelo início da produção de dois dos maiores investimentos de sua história: da Maltaria Campos Gerais e da Queijaria Unium. Somados, os dois aportes superam na casa dos R$ 2 bilhões, sendo ambos construídos no Distrito Industrial Norte de Ponta Grossa, cada um de um lado da Unidade de Beneficiamento de Leite da Unium. Frutos do intercooperativismo, os investimentos irão gerar grandes impactos para a economia regional, movimentando vários setores, desde o agrícola e pecuário, com a necessidade de matéria-prima, de agregação de valor e geração de emprego (fomentando a renda), de desenvolvimento do setor de serviços (especialmente o setor de transporte), e a geração de dividendos ao município de Ponta Grossa e da região. 

No caso da maltaria, projeto desenvolvido pelas cooperativas Agrária, Bom Jesus, Capal, Castrolanda, Coopagrícola e Frísia, o investimento neste primeiro momento é de R$ 1,6 bilhão, mas que chegará a R$ 3 bilhões com a sua segunda fase de expansão, que ocorrerá em até oito anos. Somente a construção civil, com área estimada em 60 mil metros quadrados, demandará cerca de R$ 600 milhões aportados, enquanto que em máquinas e equipamentos, cerca de R$ 1 bilhão serão investidos. Após os testes de produção, iniciados neste mês de dezembro, a unidade começa a produzir no começo de 2024, em janeiro. Na sua construção, em um terreno com cerca de 400 mil m2, no pico das obras, mais de 1,5 mil operários trabalharam simultaneamente no espaço. 

Entretanto, quando em operação, o impacto econômico da maltaria será muito maior para a economia regional e a cadeia do agronegócio dos Campos Gerais. As cooperativas estimam que esse projeto movimente, nesta primeira fase, mais de 3 mil vagas de empregos diretas e indiretas, e impactará no campo ao gerar benefícios a 12 mil cooperados no Paraná e em São Paulo. A demanda de processamento da maltaria, nesta primeira fase de operações, resultará na produção de 240 mil toneladas de malte de cevada por ano, destinados para a indústria cervejeira – valor que corresponderá a 15% de toda a demanda nacional. A unidade será a maior maltaria a América Latina.

INCENTIVO - Como o volume de matéria prima processada é maior do que o de produto final (cerca de 300 mil toneladas de cevada para produzir as 240 mil toneladas de malte) desde a safra passada, as cooperativas envolvidas com o desenvolvimento do projeto estão estimulando o aumento do plantio de cevada na safra de inverno, para atender às necessidades da fábrica. A meta é que, na região dos Campos Gerais, a área cultivada na região gire em torno dos 60 mil hectares, somente para suprir esse projeto. 

O fato é que, desde que o projeto foi confirmado, em 2021, houve um aumento na área plantada de cevada nos municípios dos Campos Gerais – a área de 20,1 mil hectares, que rendeu 77,6 mil toneladas, saltou para 31,7 mil hectares, crescendo em mais de 50%, elevando a produção total para mais de 108,5 mil toneladas. A meta é que esse valor cresça ainda mais, tendo em vista que somando com os 3,5 mil hectares da região Centro Sul, a área cultivada hoje é de 35 mil hectares.

CEVADA - Esse incentivo na produção de cevada parte de todas as cooperativas envolvidas com o projeto. Entre elas está a Capal, por exemplo, de Arapoti, que está estimulando o plantio não apenas na região, mas também nos municípios em que ela tem atuação no estado de São Paulo. Na safra deste ano, a área planejada pela cooperativa foi de 11,3 mil hectares, o que representa o dobro se comparado à safra de inverno de 2022, e a expectativa é crescer em área a cada ano, buscando atender à demandada maltaria. “A área plantada foi bem maior que a anterior e a produtividade vamos manter para melhor. Tivemos uma maior adesão dos produtores que entraram com cevada neste ano: São Paulo teve um aumento significativo, uma área bastante promissora para o projeto cevada”, apontou engenheiro agrônomo Roberto Martins, Coordenador Regional de Assistência Técnica Agrícola (DAT) da Capal.

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