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Três histórias diferentes sobre a mesma busca

Paulo Coelho

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A alegria e o amor

Um fiel aproximou-se do rabino Moche de Kobryn:
- De que maneira devo usar meus dias, para que Deus fique contente com meus atos?
- Só existe uma alternativa: procure viver com amor - respondeu o rabino.
Minutos depois, outro discípulo aproximou-se e fez a mesma pergunta.
- Só existe uma alternativa: procure viver com alegria.
O primeiro discípulo ficou surpreso:
- Mas o conselho que o senhor me deu foi diferente!
- Ao contrário - disse Moche de Kobryn. - Foi exatamente igual.
A certeza e a dúvida

Buda estava reunido com seus discípulos certa manhã, quando um homem se aproximou:
- Existe Deus?- perguntou.
- Existe - respondeu Buda.
Depois do almoço aproximou-se outro homem.
- Existe Deus? - quis saber.
- Não, não existe - disse Buda.
No final da tarde, um terceiro homem fez a mesma pergunta: - Existe Deus?
- Você terá que decidir - respondeu Buda.
Assim que o homem foi embora, um discípulo comentou, revoltado:
- Mestre, que absurdo! Como o Sr. dá respostas diferentes para a mesma pergunta?
- Porque são pessoas diferentes, e cada uma chegará a Deus por seu próprio caminho. O primeiro acreditará em minha palavra. O segundo fará tudo para provar que eu estou errado. E o terceiro só acredita naquilo que é capaz de escolher por si mesmo.
Continuar no mesmo caminho

O monge Lucas, acompanhado de um discípulo, parou numa aldeia. Um velho perguntou:
- Santo homem, como me aproximo de Deus?
- Divirta-se. Louve a Deus com sua alegria – foi a resposta.
Um jovem perguntou:
- O que faço para me aproximar de Deus?
- Não se divirta tanto - disse Lucas.
Quando o jovem partiu, o discípulo comentou:
- Parece que o senhor não sabe direito se devemos ou não nos divertir.
Lucas respondeu:
- A busca espiritual é uma ponte sem corrimão atravessando um abismo. Se alguém está muito perto do lado direito, eu digo “para a esquerda!” Se aproximam do lado esquerdo, eu digo “para a direita”. E assim eles continuam no Caminho.
REFLEXÃO

As palavras são do pintor russo Kandinsky (1866-1944):
“Pintar é uma arte. E a arte é um poder que deve ser dirigido para o crescimento da alma. Se a arte não realiza este trabalho, o abismo que nos separa de Deus permanece sem uma ponte”.
“O artista deve o seu talento a Deus, e precisa saldar este débito. Para isto, precisa trabalhar duro e saber que ele é livre em sua arte, mas não em seu compromisso com a vida. Tudo o que ele sente e pensa é parte da matéria-prima com que irá melhorar a atmosfera espiritual a sua volta”.
“A beleza, seja na arte, seja em uma mulher, não pode ser vazia; precisa estar a serviço do homem e do mundo.”

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