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A vida 'além' greve

Afonso Verner

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Com a greve no transporte público da cidade completando 10 dias e se encaminhando, de vento em poupa, para a segunda semana de paralisação, as discussões em torno do transporte seguem ligadas ao reajuste salarial pedido (com todo o direito) pela categoria e o possível aumento que esse reajuste trará ao contribuinte (ao cara que paga a a passagem, no final das contas).

Já que as negociações entre o Sindicato dos Motoristas e Cobradores do Transporte Coletivo de Ponta Grossa (Sintropas) e a Viação Campos Gerais (VCG) morreram na praia, o Tribunal Regional do Trabalho entrou na briga e tenta resolver a pendenga entre patrões empregados. Acompanhando os tweets do TRT fica fácil perceber que a discussão entre a empresa e os funcionários fica cada vez mais delicada.

Observado com um pouco mais de cuidado os últimos anos na cidade, também é fácil notar que todo mês de maio reserva ao ponta-grossense um novo capítulo da novela: os trabalhadores do transporte público entram em greve e a briga com a empresa começa (e sabe-se lá quando termina). O problema é que pouco (ou nada) se discute com além a paralisação.

O contrato entre a VCG e o município (que prevê o monopólio do serviço na cidade) é alvo de muitas críticas e indagações - até uma CPI já foi criada na Câmara para tratar do assunto, mas foi analisada, pelos próprios vereadores, como insuficiente e incompleta ao apresentar os resultados.

Pouco também se fala das opções para a melhoria de um serviço público que é de interesse da população. Para o ponta-grossense que tem carro, pagar R$ 2,60 para fazer trajetos curtos é quase que uma insanidade (as vezes é melhor levar trinta minutos para atravessar as Avenidas Vicente Machado e Balduino Taques).

Outra questão é que também não se discute sobre o lucro anual da empresa (e a impossibilidade de se alterar essa 'margem'), além de uma ampla falta de discussão sobre outros problemas e deficiências do transporte no município, como a crítica situação dos terminais de ônibus da cidade - usar o banheiro no terminal de ônibus é quase como fazer um passeio pela selva.

No meio disso tudo, a população segue sem saber como se locomover pela cidade: mesmo com a frota mínima nas ruas, um serviço que já era caótico nos horários de pico (pelo excesso de usuários e coletivos lotados) se tornou quase que inviável em tempos de greve. A Prefeitura da cidade bem que tentou encontrar medidas para amenizar a situação, mas as ações, mesmo que bem intencionadas, tiveram pouquíssimo exito.

Desse modo, o usuário do transporte coletivo segue perdido (e sem carona) enquanto empresa e funcionários tentam achar um 'meio termo' na situação. Uma audiência pública para discutir a situação seria um primeiro passo? Veremos no próximo capítulo.

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