Os brasileiros já são os campeões

A Copa do Mundo do Brasil chega ao fim no dia 13 de julho - às 16 horas, duas seleções entrarão no lendário Estádio do Maracanã para decidir quem vai levar o título na bagagem (nossa torcida é para que a vitória fique em casa).

Mesmo semanas antes do jogo final da Copa é fácil saber que quem saiu campeão do torneio foram os brasileiros: não falo da elite que lota estádios com ingressos caríssimos para ofender a chefe de estado do país, nem mesmo da selecionada casta de brasileiros que enriqueceu superfaturando obras para o Mundial ou da outra parte da elite social que internalizou um mantra de 'Não vai ter Copa' como se algo fosse acontecer com isso.

Me refiro ao cidadão comum e acolhedor, que fez com que o evento se tornasse sucesso na imprensa internacional a partir de atitudes simples e comuns ao nosso cotidiano. Além da repercussão positiva na mídia estrangeira, o Brasil tem visto um show na maioria dos jogos do Mundial - até mesmo a gelada partida entre Irã e Nigéria, disputada em Curitiba, tomou ares de um jogo com aspectos aceitáveis com a festa que agitou o entorno da Arena da Baixada antes e depois da partida.

Há pouco tempo o comportamento do povo brasileiro era alvo de piadas e comentários maldosos - não foram poucas vezes que li textos falando sobre a vergonha que o Brasil passaria depois assaltos cinematográficos nas praias do Rio de Janeiro, invasões de insetos na Arena Amazonas, congestionamentos e violência descontrolada em São Paulo e outras teorias da conspiração. Me parece que esse tipo de comentário entrou em extinção nesse mundo chamado de internet.

Claro que mesmo com o evidente sucesso da Copa do Mundo, parte da população continua defendendo que o dinheiro gasto nas obras do Mundial deveria ter sido investido em outras áreas.  Outro argumento sobre o assunto é de que a corrupção no país continua crescendo com os investimentos milionários no Mundial.

Importante lembrar que a corrupção no Brasil está em uma íntima relação entre o Governo/Estado e a Sociedade - ou seja, ela ocorre há décadas e alimenta setores privilegiados da sociedade e, desse modo, o esquema cíclico se mantém ano a ano. Dizer que não vai ter Copa é só um mantra da classe média revoltosa que tem dificuldades em entender como algumas coisas funcionam.

Enquanto isso, o cidadão comum continua salvando o Brasil nas manchetes internacionais. Longe do fiasco previsto pelos pessimistas de plantão, a Copa do Mundo se tornou vitrine para as qualidades do sofrido povo brasileiro.

Um dos meus professores na Universidade usou as redes sociais para escrever sobre o assunto e disse que "só estamos fazendo a melhor copa de todos os tempos por causa do povo brasileiro. Do cidadão comum, das ruas. Alegre, acolhedor e simpático. Isso é o que encanta. Não é nossa engenharia, nem a nossa elite. O que salva o Brasil é a massa". Sábio professor.