Ponta Grossa voltou ao século XVIII | aRede
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Ponta Grossa voltou ao século XVIII

Afonso Verner

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Já na reta final da campanha eleitoral de 2014, Ponta Grossa foi levada (talvez por uma moderníssima máquina do tempo) diretamente para o século XVIII. Na 'Agenda 2014' da  Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG), a entidade propôs que pessoas beneficiadas por programas sociais (como o Bolsa Família) percam o direito ao voto.

Além de ser obviamente inconstitucional, a medida leva a cidade, mais uma vez, ao noticiário nacional de maneira vexatória (como se o banheiro transparente em uma obra bilionária e um sequestro forjado de uma vereadora não fossem o suficiente). Nilton Fiori, presidente da ACIPG, disse que a diretoria da ACIPG sabe que a medida é  inconstitucional, mas a intenção era justamente levantar o debate em torno do tema.

Ideias do tipo já são ventiladas nas redes sociais há algum tempo (assim como a separação do Sul do país do resto do Brasil, prisão para gays e outras ideias de passarinho). No entanto, a ACIPG foi a primeira instituição a colocar o argumento no papel: apenas três dos candidatos presentes na reunião se manifestaram contra a cláusula e um deles chegou até mesmo a ter um mal súbito.

Fiori contou que a medida busca "lisura" no processo eleitoral - o argumento é  de que a pessoa beneficiada por programas de inclusão social esteja atrelada ao partido que está no poder e que isso atrapalharia o processo democrático. Se a mesma lógica for usada para o setor, os empresários que ganham licitações e fazem negócios com o estado também deveriam perder o direito ao voto, correto?

Mesmo sendo absurda e, até certo ponto ofensiva, o que mais assusta na proposta e perceber que a maioria dos candidatos presentes assinou o documento sem maiores preocupações. Com tal medida, Ponta Grossa é  levada, de vento em poupa, ao século XVIII do Brasil Colonial: vota quem tem terra, é branco, letrado e bem apessoado, caso contrário passe longe das urnas.

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