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Análise: o domínio da Mercedes no disputado e ótimo GP do Bahrein

Fernando Rogala

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A Fórmula Um é um esporte. E esportes surpreendem. Surpreendente e inesperada foi a etapa do Bahrein, terceira corrida do mundial 2014. Brigas, ultrapassagens do início ao fim, disputas da primeira à (pen)última colocação e acidentes – algo completamente diferente do que vimos nas duas primeiras etapas. Com muitos andando ‘na mesma balada’, era impossível desgrudar o olho da tela. Daquelas para baixar na íntegra e deixar guardada. Um show de imagens na noite barenita.

A vitória, é claro, não poderia ser de outra equipe senão da Mercedes. Dominante, um segundo mais rápida que as rivais, somente a briga entre os companheiros de equipe poderiam tirá-los do posto mais alto do podium. E, atrás deles, o pau comendo entre Force Índia e Williams, também com propulsores da montadora da estrela de três pontas, e a intrusa Red Bull, com um carro bastante ‘no chão’, apesar dos fracos propulsores da Renault – o que mostra mais um projeto genial de Adrian Newey, que faz a diferença.

A corrida

A começar pela largada. Felipe Massa tracionou muito bem e foi a grande vedete nos segundos pós-luz-verde. Ele saiu em sétimo e, na freada para a primeira curva, já era terceiro. Na frente, Hamilton largou melhor que Rosberguinho e assumiu a ponta. Perez deu um susto na geral e derreteu pneu na primeira freada, levantando uma fumaceira branca. Mas, no geral, tudo limpo.

Não demorou muito e as Mercedes já apareciam com boa vantagem para Massa. Porém o que ficou claro é que a Williams desgastava demais os pneus no asfalto de Sakhir. Bottas foi o primeiro dos primeiros a parar, na volta 11.  E Massa era fortemente pressionado por Perez, que largou em quarto, até que na volta 12 o brasileiro, claramente com os pneus mais detonados que os da Force India do mexicano, foi ultrapassado. Então Massa foi aos pits e voltou atrás de Bottas. Perez parou apenas na volta 17. Isso mostrava as diferentes táticas: Williams pararia três vezes, enquanto que a Force India, duas.

As brigas no meio do pelotão não paravam: era Riccardo passando Raikkonen e brigando com Vettel, Massa pressionando e brigando com Bottas, e ambos passando as Red Bulls; assim como as Force India, e esses quatro carros Mercedes brigando pela terceira colocação. Mais atrás, Sutil e Bianchi se estranhando... E assim foi, com disputas todas as voltas, até que na volta 41 Gutierrez leva uma panca de Maldonado, e capota na primeira curva. Safety Car. Apesar do acidente plasticamente espetacular, e da tontura depois do ‘flip’, tudo bem com o mexicano. Gancho de ‘stop and go’ para Maldonado.

Com o SLS AMG na frente (que ronca muito mais bonito que os F1, diga-se), o pelotão agrupou. Porém, como ninguém mais pararia, não haveria drásticas mudanças ou algum grande prejudicado. Faltando 10 voltas para o final, a corrida reinicia. Na frente, Rosberg, com pneus macios, começou a briga com Hamilton, com médios. No bolo, Vettel também estava com macios.

Aí Rosberg criou um inferno atrás de Hamilton. O alemão começou a pressionar o Inglês, o ultrapassou por duas vezes em voltas seguidas na reta principal, mas Hamilton, em atuação brilhante, deu o X e segurou o companheiro com um carro mais rápido. Mesmo não conseguindo entrar colado na reta principal, Rosberguinho tinha um carro muito mais rápido no misto. Emparelhou duas vezes na freada da curva três, mas recolheu, já que Paddy Lowe pediu para que eles tivessem cuidado na pista. Vitória na pista e moral da Hamilton, que certamente deve ter desestabilizado, de certa forma, Rosberg. E detalhe que eles chegaram 24 segundos à frente do pelotão, em distância construída em apenas dez voltas.

Na briga pela terceira colocação, Perez foi valente e manteve a terceira colocação. Hulkenberg perdeu a quarta para Riccardo, que poucas voltas depois da bandeira verde, havia ultrapassado Vettel. Vettel, aliás, que reclamava que seu carro batia com o assoalho no chão em velocidades mais altas, mas nem isso foi suficiente para que Massa, sétimo, pudesse ultrapassar o alemão da Red Bull, que tracionava melhor nas saídas de curva com seu equipamento e os slicks macios – além disso, o carro de Massa claramente estava com menos asa, o que o deixava mais lento nas saídas de curva e mais rápido nas retas. Em certo momento, Vettel fechou a porta para Felipe, que colocou as rodas fora da pista.

Bottas, que também foi fechado por Felipe no mesmo local e saiu da pista (saiu do traçado, na verdade, já que essa parte fora era apenas 'asfalto' pintado), chegou em oitavo, sem ter equipamento para pressionar e ultrapassar o brasileiro nas ultimas voltas (sua janela de paradas era de algumas voltas antes, o que o deixava com os pneus mais desgastados antes). Atrás, chegou Alonso em nono, que comemorou ao cruzar a linha de chegada, como se tivesse ganhado – sarcasmo puro, com muita ironia do espanhol para provocar a Ferrari. Para completar os que pontuaram, Raikkonen, que levou passada de mão de todos.

Ninguém esperava por uma prova tão disputada. Agora, torçamos para que não seja apenas uma prova isolada. A próxima corrida será na China, dentro de duas semanas. É um circuito mais seleto, o que pode aumentar um pouco a distância entre os competidores. Mas a interminável reta, com uma super freada, é um bom local para belas ultrapassagens.

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